Famílias exigem respostas

Correio Braziliense
postado em 17/06/2022 00:01
 (crédito: Joao Laet/AFP)
(crédito: Joao Laet/AFP)

Com a notícia de que os corpos encontrados no Vale do Javari são de Dom Phillips e de Bruno Araújo Pereira, a família do jornalista se manifestou, ontem, por meio de um comunicado no qual agradecem aos indígenas do Vale do Javari que "trabalharam incansavelmente para localizar a evidência dos ataques".

"No devido momento, iremos apresentar nossas perspectivas sobre essas vidas corajosas e o importante trabalho desses homens extraordinários. Mas, neste momento, nós pedimos que representantes da mídia permitam à família alguma paz para lidar com privacidade com o que aconteceu com nosso amado Dom", escreveram.

O texto é assinado por Sian e Gareth (irmãos), Paul Sherwood (parceiro de Sian), Helen Davies (cunhada) e Domonique e Rhiannon Davies (sobrinhas), todos residentes na Inglaterra. Os parentes de Dom também prestaram solidariedade aos do indigenista.

"Estamos de coração partido com a confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas sinceras condolências a Alessandra (Sampaio, mulher de Dom), Beatriz (Matos, mulher de Bruno) e outros familiares brasileiros dos dois", diz a nota.

Alessandra havia divulgado, ainda na noite da última quarta-feira, uma declaração em que afirmava que, agora, se inicia uma jornada em busca por justiça. "Espero que as investigações esgotem todas as possibilidades e tragam respostas definitivas, com todos os desdobramentos pertinentes, o mais rapidamente possível", clamou.

Já a mulher do indigenista, a antropóloga Beatriz Matos, escreveu em seu Twitter que "agora que os espíritos do Bruno estão passeando na floresta e espalhados na gente, nossa força é muito maior". No último domingo, em uma entrevista, ela disse que protege os filhos da enxurrada de informações.

Bruno era reconhecido por sua atuação em defesa dos povos indígenas e de seus territórios contra os predadores do Vale do Javari. Em 2019, foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados da Funai e, a partir daí, passou a atuar como assessor na União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A ausência de instituições ligadas ao Estado tornou a região uma zona franca para a criminalidade. (TM)

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