AMAZÔNIA

CNJ acompanhará investigações sobre assassinato de Dom e Bruno

A nota, divulgada pelo presidente da autarquia, afirma que a luta das vítimas pela preservação da amazônia jamais será esquecida

Jéssica Andrade
postado em 16/06/2022 19:28 / atualizado em 16/06/2022 19:28
Nesta foto de arquivo — tirada em 14 de junho de 2022 —, um indígena brasileiro Kamuu Dan Wapichana participa de protesto de funcionários da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) do lado de fora do Ministério da Justiça, em Brasília, pelo desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira -  (crédito: EVARISTO SA / AFP)
Nesta foto de arquivo — tirada em 14 de junho de 2022 —, um indígena brasileiro Kamuu Dan Wapichana participa de protesto de funcionários da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) do lado de fora do Ministério da Justiça, em Brasília, pelo desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira - (crédito: EVARISTO SA / AFP)

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou que o Conselho manifesta profundo pesar pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas. Por meio de nota, o ministro disse ainda que um grupo de trabalho do CNJ acompanhará as investigações do caso. O texto ainda garante às famílias e amigos das vítimas que a luta da dupla pela preservação da amazônia jamais será esquecida. 

Segundo a Polícia Federal (PF), Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", preso por ser um dos suspeitos pelo sumiço do jornalista e do indigenista, confessou ter assassinado os dois. Dom e Bruno estavam desaparecidos desde 5 de junho.

De acordo com fontes da PF, as vítimas foram mortas, esquartejadas e tiveram os corpos incinerados. O material foi encaminhado para perícia em Brasília a fim de confirmar a identificação das vítimas.

O local onde Dom e Bruno foram assassinados tem histórico de violência. Em 2019
Desde 2018, base da Funai que fica na região sofreu pelo menos oito ataques; em 2019, outro colaborador foi assassinado.

Além de Amarildo, o irmão dele e um terceiro suspeito também foram presos.

Segundo Fux, um grupo de trabalho criado no âmbito do CNJ vai acompanhar os desdobramentos do caso, bem como a punição dos eventuais culpados.

Leia na íntegra nota divulgada pelo ministro Fux:

"Os Observatórios de Direitos Humanos e do Meio Ambiente do Conselho Nacional de Justiça manifestam profundo pesar diante das informações da confissão dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips.

O Grupo de Trabalho criado no âmbito do CNJ vai acompanhar os desdobramentos e a efetiva punição dos eventuais culpados, para garantia da célere prestação da justiça. Este acompanhamento será feito pelos representares da sociedade civil que compõem os Observatórios.

Em nome dos Observatórios e do Grupo de Trabalho, o Ministro Luiz Fux manifesta extrema tristeza pelos acontecimentos e afirma às famílias e aos amigos que a luta do indigenista e do jornalista para garantia dos direitos humanos e da preservação da Amazônia jamais será esquecida."

Corpos chegam a Brasília

Os restos mortais que podem ser do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira desembarcaram  por volta das 18h desta quinta-feira (16/6) no Aeroporto de Brasília.

Os corpos seguiram para o Instituto de Criminalística da corporação, onde passarão por identificação para confirmar se são mesmo de Bruno e Dom. A expectativa é que os exames estejam prontos até na próxima semana.

As investigações seguem em andamento, mas sob sigilo, segundo a Polícia Federal.

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