O Ministério das Relações Exteriores (MRE), que está coordenando junto à Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), a operação de buscas do desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês, Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, divulgou nota, nesta terça-feira, afirmando que o governo brasileiro tem “grande preocupação” sobre o caso.
Diz, ainda, que os órgãos continuarão acompanhando as buscas com "o zelo que o caso demanda" e enviarão o apoio necessário. "A PF fez repetidas incursões e tem contado com o apoio da Marinha do Brasil, que se somou aos esforços nos trabalhos de buscas de ambos os cidadãos."
O MRE afirma que os familiares e colegas de trabalho dos desaparecidos serão atualizados sobre o progresso da operação e que se o desaparecimento foi ocasionado por atividade criminosa: "Todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça".
Pressão
O posicionamento veio após mais de 48 horas que o indigenista e o jornalista estão desaparecidos no extremo oeste da Amazônia. As buscas iniciaram na segunda (7/6) pela manhã. O dia de hoje foi marcado por pressões de entidades nacionais e internacionais para que o governo brasileiro tomasse providências.
O Greenpeace do Reino Unido e o Coalizão do Brasil divulgaram, nesta terça-feira, cartas que além de repercutir o caso, apontam diversos problemas enfrentados há tempos na região.
"O desaparecimento se deu em meio ao aprofundamento da política anti-indigenista promovida pelo atual governo que, por meio de diversas iniciativas — afrouxamento de normas, retaliação a servidores de agências ambientais, paralisação dos processos de multas, estrangulamento orçamentário — vem acabando com o arcabouço jurídico que protege os recursos naturais e violando direitos fundamentais dos povos indígenas do Brasil, que nunca foram tão atacados quanto no governo Bolsonaro", se posicionou a entidade britânica.
Para o Greenpeace, o governo tem permitido a violação permanente das terras indígenas, oferecendo licença política e moral para que atividades predatórias se reproduzam na Amazônia.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento formado por mais de 300 representantes do agronegócio, sociedade civil, setor financeiro e academia, enviou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) uma carta cobrando medidas necessárias para não haver dúvidas sobre o interesse do país em encontrar os desaparecidos.
"Reforçamos os diversos pedidos da sociedade por uma ação imediata do Estado brasileiro, para que sejam alocados todos os equipamentos e o efetivo necessários das forças de segurança pública e das Forças Armadas, para ampliação das buscas e das investigações, com vistas à solução definitiva do caso", escreveram no documento.
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