A força-tarefa do Ministério Público do Rio (MP-RJ) para investigar as mortes na mais brutal ação policial desferida no Rio de Janeiro, a do Jacarezinho, em 6 de maio de 2021 — quando morreram 28 pessoas — foi dissolvida no último dia 5. Foram denunciados quatro policiais civis, acusados pelo assassinato de três pessoas, e dois supostos traficantes, apontados de envolvimento no óbito de um policial civil.
Porém, 10 investigações sobre as outras 24 mortes foram arquivadas. O MP-RJ não encontrou evidências capazes de indicar a prática de crime pelos cerca de 300 policiais que participaram da operação.
A força-tarefa foi desfeita um dia antes de a chacina completar um ano. Após ouvir 72 testemunhas (outras 89 foram procuradas, mas não foram localizadas ou não quiseram depor) e analisar laudos periciais, o MP-RJ concluiu que só 24 policiais estavam nos 13 locais onde os 27 suspeitos morreram. Não houve indícios de crime contra 20 deles. Foram denunciados os policiais civis Douglas de Lucena Peixoto Siqueira, Anderson Silveira, Amaury Godoy Mafra e Alexandre Moura de Souza.
Siqueira é acusado de matar o suspeito Omar Pereira da Silva. A vítima estaria desarmada e ferida, dentro do quarto de uma criança numa casa na travessa São Manuel. O policial estava acompanhado por Anderson Silveira — que não foi acusado pelo homicídio, porque não atirou, mas, segundo o MP-RJ, colocou uma granada no local onde Omar foi morto, apresentou à Polícia Civil uma pistola Glock calibre .40 e um carregador que disse terem sido apreendidos com o morto.
Silveira também removeu o corpo antes que fosse realizada a perícia. Por essas condutas, ele e Siqueira respondem por fraude processual.
Mafra e Souza foram denunciados pelas mortes de Richard Gabriel da Silva Ferreira e Isaac Pinheiro de Oliveira. Também respondem por fraude processual. Segundo o MP-RJ, entraram na casa onde os dois suspeitos se esconderam depois de terem sido feridos durante troca de tiros. Encurralaram as vítimas em um cômodo vazio e dispararam vários tiros, segundo o MP.
Os policiais apresentaram duas pistolas, dois carregadores e uma granada. Disseram que pertenciam aos dois suspeitos — o que é mentira, segundo a denúncia.
A terceira denúncia foi contra Adriano de Souza de Freitas (o Chico Bento) e Felipe Ferreira Manoel (o Fred) — chefes, segundo a polícia, do tráfico de drogas no Jacarezinho. Foram denunciados por homicídio quintuplamente qualificado pela morte do inspetor da Polícia Civil André Leonardo de Mello Frias. A investigação concluiu que não foram eles que atiraram, mas João Carlos Sordeiro Lourenço (o Jota).
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