O número de possíveis casos de hepatite misteriosa no país aumentou. Agora, são 64 pessoas sendo monitoradas com suspeita da doença, segundo o Ministério da Saúde. No total, foram notificadas 76 infecções, mas 12 já foram descartadas; as demais seguem sem o diagnóstico final. A maior parte foi registrada no estado de São Paulo.
Até a última sexta-feira (20/5), eram 58 casos suspeitos, observados em 12 unidades federativas. Nesta segunda (23), são 15 estados atingidos: São Paulo (24), Minas Gerais (8), Rio Grande do Sul (5), Pernambuco (5), Rio de Janeiro (4), Mato Grosso do Sul (3), Sa nta Catarina (3), Paraná (2), Espírito Santo (2), Goiás (2), Ceará (2), Rio Grande do Norte (1), Maranhão (1), Roraima (1) e Paraíba (1).
Para acompanhar a evolução das infecções, o Ministério da Saúde criou a Sala de Situação, que objetiva apoiar o levantamento de evidências para identificar as possíveis causas da doença. O mecanismo conta com a participação de técnicos da pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e outros especialistas.
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Além do monitoramento, a medida vai padronizar as informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os Laboratórios Centrais.
O órgão destaca que o aumento de casos notificados é esperado e não significa agravamento da situação, mas, sim, uma maior sensibilidade da rede de saúde em razão das ações realizadas pela autoridade de saúde.
Adenovírus 41
Uma das hipóteses elaboradas pela comunidade científica é de que a doença tenha a ver com o Adenovírus 41, causador de resfriado, que foi encontrado em 2⁄3 das crianças. A doença preocupa porque evolui rapidamente para o quadro fulminante, que prejudica o funcionamento do fígado e pode levar à necessidade de transplante.
No mundo, são pelo menos 614 casos da nova cepa da hepatite, e 15 mortes em decorrência dela. Indonésia e Estados Unidos lideram o ranking, com seis óbitos cada um. Vale lembrar que a OMS já descartou a relação dos casos com a vacinação contra covid-19, já que a maior parte dos afetados não foi imunizado.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro