A revista norte-americana Time elegeu a líder indígena Sonia Guajajara e o cientista Tulio de Oliveira entre as 100 pessoas mais influentes do mundo em 2022. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (23/5).
Os dois foram eleitos na categoria Pioneiros. Sonia Guajajara foi escolhida por conta do seu trabalho e ativismo em defesa dos direitos dos povos indígenas, e Tulio Oliveira, que vive na África do Sul, em função do trabalho que realizou para a identificação da variante ômicron do coronavírus, sequenciada no país africano.
O pré-candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSol- SP) assinou o texto de apresentação da coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) na publicação. "Desde cedo ela lutou contra as forças que têm tentado exterminar sua comunidade por mais de 500 anos", escreveu. “Sonia segue resistindo: contra o machismo, como uma mulher feminista; contra o massacre dos povos indígenas, como uma ativista; e contra o neoliberalismo, como uma socialista”, diz em outro trecho.
Guajajara lançou a pré-candidatura para deputada federal pelo estado de São Paulo pelo PSol. Boulos destacou ainda a oposição da líder indígena ao governo Bolsonaro, seu ativismo em torno da emergência climática e as denúncias feitas por ela sobre a negligência dos direitos indígenas durante a pandemia da covid-19. “Ela é uma inspiração, não apenas para mim, mas para milhões de brasileiros que sonham com um país que debata seu passado e finalmente acolha o futuro.”
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No Twitter e nas redes sociais, Guajajara comentou sua escolha pela revista. “É um reconhecimento da luta indígena global, que é coletiva e defende o futuro de toda a humanidade”, escreveu.
"Por um Brasil melhor"
O cientista Tulio de Oliveira disse ser uma grande honra figurar na lista ao lado de Guajajara. “Vamos trabalhar para um Brasil melhor, que respeite a ciência, a vida, a população indígena e a natureza”, escreveu o cientista.
Tulio foi reconhecido na categoria ao lado do também cientista Sikhulile Moyo, diretor do laboratório para o estudo do HIV do governo de Botsuana em parceria com a Universidade Harvard. O cientista vive na África do Sul desde 1997 e é diretor do Centro para Respostas e Inovação e Epidemias (Ceri) daquele país.
Quem assinou o texto de apresentação do cientista foi o escritor John Nkengasong, diretor dos Centros Africanos para Controle e Prevenção de Doenças. O camaronês descreve o sequenciamento da ômicron, prontamente comunicado à comunidade internacional, como “uma mudança de paradigma que simbolizou que a excelência científica pode ter origem na África”.
Na categoria Líderes, a revista Time listou, entre outros, os presidentes Volodimir Zelenski (Ucrânia), Vladimir Putin (Rússia), Joe Biden (Estados Unidos), Gabriel Boric (Chile) e Yoon Suk-yeol (Coreia do Sul); além do líder da China Xi Jinping, e o premiê da Alemanha, Olaf Scholz.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro