SAÚDE

Aumentam casos de síndrome respiratória aguda grave em crianças

A incidência de internação é maior para as crianças que ainda não podem receber a vacina de COVID-19

Crianças entre 1 e 9 anos são o grupo de maior incidência de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Belo Horizonte, conforme aponta boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde. O dado acende um alerta para os pais, já que a faixa etária inclui crianças menores de 5 anos, que ainda não podem receber a vacina da COVID-19.

A expressão SRAG designa um conjunto de sintomas, quando o paciente apresenta febre, tosse seca, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade para respirar, entre outros. Diversas doenças respiratórias podem evoluir para um quadro de síndrome aguda grave, como pneumonia, asma, e a própria COVID-19.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, entre janeiro e maio deste ano foram notificados 1.358 casos de SRAG em crianças de até 12 anos. Os dados são parciais até esta terça-feira (17/5), porém, o número já é 3,8% maior do que no ano anterior, quando foram registrados 1.308 casos.

Com as temperaturas caindo, as pessoas costumam passar mais tempo em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que favorece a transmissão de doenças respiratórias. A Secretaria Municipal de Saúde informou que as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) já apresentam uma procura maior por atendimento, principalmente para questões respiratórias.

Divulgação/PBH - Gráfico da SRAG divulgado nesta terça-feira (17/5) pela PBH
Segundo o infectologista Alexandre Sampaio Moura, da Santa Casa de BH, o aumento de viroses e resfriados podem mascarar casos de COVID-19. “Não tem como diferenciar baseado nos sintomas. As pessoas precisam reforçar os cuidados neste período e, caso apresente sintomas, fazer o exame para confirmar se é ou não Covid”, afirma.

Apesar do número baixo, a chegada do inverno preocupa os pais. Com a volta às aulas, escolas têm notado aumento nos casos de gripes e resfriados entre as crianças. Em entrevista ao Estado de Minas, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede-BH) confirmou ter recebido relatos de aumento de algumas doenças respiratórias, porém nada que caracterize um surto. A ocorrência, segundo eles, é comum nesta época do ano e acontece também entre os funcionários.

As doenças respiratórias exigem atenção redobrada no inverno. Para Moura, a perspectiva para esse período não é boa. “Nós já estamos acompanhando centros de saúde lotados. O COVID passou a ser mais um desses vírus com os quais temos que tomar cuidado no inverno. É importante seguir mantendo distanciamento, lavar as mãos e usar máscara”, avalia. A vacina, segundo ele, é a principal forma de prevenção. “Cada um tem que fazer sua parte, e ter consciência do risco que se oferece às pessoas mais vulneráveis como crianças e idosos”, disse.

Bem longe da meta, a cobertura vacinal contra a gripe está em 26,9% em Belo Horizonte, conforme aponta boletim da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado na última quarta-feira (11/5). "A vacina não impede a transmissão, mas, quanto mais pessoas vacinadas, menos internações nós teremos. Isso não quer dizer que não precisa se cuidar. Ambas as vacinas, gripe e Covid, são fundamentais para garantir a saúde da população", complementa.

 

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