A Força Aérea Brasileira (FAB) informou, ontem, ter excluído definitivamente de suas fileiras o sargento Manoel da Silva Rodrigues, que foi detido na Espanha, em junho de 2019, com 39 quilos de cocaína em um dos aviões oficiais que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma viagem ao Japão. Em fevereiro, o militar foi condenado pela Justiça Militar da União a 14 anos de seis meses de reclusão por tráfico internacional de drogas.
De acordo com a FAB, a exclusão do sargento, "a bem da disciplina" e com perda de grau hierárquico, é decorrente do processo administrativo aberto logo após Manoel ser flagrado transportando a cocaína, para analisar a conduta do militar, "sob o prisma da ética militar".
Em nota, a FAB alegou que o tempo decorrido até a efetiva expulsão de Manoel está ligado ao "cumprimento dos devidos trâmites administrativos de intimação do militar". Ele está custodiado na Espanha desde a prisão em flagrante, há quase três anos.
Em julgamento realizado em fevereiro, os integrantes do Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica, por unanimidade, reconheceram que o Manoel utilizou a estrutura da corporação para exportar dezenas de quilos de cocaína. Além disso, o sargento possui uma condenação na Justiça espanhola, de seis anos e um dia de prisão.
Desde a prisão do ex-militar, a Polícia Federal abriu cinco fases da Operação Quinta Coluna para investigar se outros integrantes da Forças Armadas foram cooptados por um esquema de tráfico internacional de drogas.