Representante indígena

Conheça Sonia Guajajara: indígena na lista dos 100 mais influentes do mundo

A brasileira e ativista indígena foi eleita nesta segunda-feira (23/5) uma das 100 pessoas mais influentes do mundo na categoria 'pioneiros'

Izabella Caixeta - Estado de Minas
postado em 24/05/2022 17:35 / atualizado em 24/05/2022 17:36
Sonia Guajarara integra lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2022, segundo a revista americana TIME -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Sonia Guajarara integra lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2022, segundo a revista americana TIME - (crédito: Reprodução/Instagram)

Todos os anos a revista americana TIME publica uma lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, nas mais diversas categorias. Na lista de 2022, publicada nesta segunda-feira (23/05), a brasileira e ativista indígena Sonia Guajajara foi selecionada na categoria “pioneiros”, junto com outro brasileiro, o cientista Tulio de Oliveira. Sonia é reconhecida pela sua atuação na luta pelos direitos dos povos indígenas e pela defesa do meio ambiente.

Sonia comemorou sua nomeação pela revista nas redes sociais, apontando que o prêmio é o reconhecimento da luta indígena global, uma luta coletiva que defende o futuro de toda a humanidade.

Sonia nasceu na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão em 1974, e pertence ao povo Guajajara/Tentehar. Filha de pais analfabetos, aos 10 anos saiu de casa para trabalhar e aos 15 foi convidada para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Voltando para o Maranhão, a ativista se formou em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e posteriormente em Enfermagem, pela mesma universidade. Em 2005 decidiu fazer pós-graduação em Educação Especial.

A ativista ganhou visibilidade em 2009, quando foi eleita vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Em 2018, se tornou a primeira indígena a compor uma chapa presidencial, como vice de Guilherme Boulos. No ano seguinte ajudou a organizar a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, que reuniu mais de 2 mil mulheres de povos de todo o Brasil. Com o sucesso da marcha, se deu a origem da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA).

Sonia já percorreu mais de trinta países denunciando violações dos direitos humanos contra povos indígenas do Brasil e a exploração desgovernada dos biomas brasileiros. Atualmente Sonia é a atual coordenadora-executiva da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), posto que ocupa desde 2013, faz parte do Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil das Nações Unidas, e pré-candidata à Câmara dos Deputados por São Paulo pelo Psol.

“Desde tenra idade, ela lutou contra forças que tentam exterminar as raízes de sua comunidade há mais de 500 anos. Sônia resistiu e continua resistindo até hoje: contra o machismo, como mulher e feminista; contra o massacre de povos indígenas, como ativista; e contra o neoliberalismo, como socialista”, escreveu Guilherme Boulos no texto publicado pela TIME. “Sônia é uma inspiração, não só para mim, mas para milhões de brasileiros que sonham com um país que salda suas dívidas com o passado e finalmente acolhe o futuro”, conclui.

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