Os promotores de Justiça que participaram da Operação Calígula, que resultou a prisão dos delegados Marcus Cipriano e Adriana Belém, creem que a investida teria vazado. Isso porque os agentes encontraram na casa do policial a ordem de prisão proferida pelo juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Criminal Especializada, antes mesmo de ser executada.
Um dos promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Gangoni, afirmou na coletiva realizada ontem à tarde que o possível vazamento prejudicou a operação. "Na casa do Cipriano encontramos cópias das decisões proferidas. Isso indica o vazamento da operação, e isso vai ser apurado. Claro que atrapalhou a operação", reconheceu.
A Calígula prendeu 12 pessoas, mas foram expedidos 29 mandados de prisão. Dois alvos da operação já estavam atrás das grades — um deles é o policial militar Márcio Araújo, suspeito de chefiar a segurança da organização chefiada por Rogério e Gustavo Andrade. O PM responde pelo assassinato de Fernando Iggnácio, que disputou com Rogério o espólio do banqueiro de bicho Castor de Andrade.
O promotor Fabiano Cossermelli esclareceu que as investigações começaram em 2018, com a apreensão de um celular de Ronnie Lessa — acusado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo disse, a ação da delegada Adriana em favor da quadrilha era, sobretudo, para a liberação de máquinas de apostas de Rogério de Andrade que tinham sido apreendidas. Em relação a Cipriano, ele teria feito a ponte entre a delegada e a quadrilha.
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