Nem ela imaginava o que estava prestes a construir. Camila Guerra montou em casa um delivery de hambúrguer. Ela mesma atendia o telefone, preparava os pedidos e fazia as entregas. Em cinco anos, o negócio que começou em Contagem se espalhou pelo Brasil e ainda este ano vai chegar aos Estados Unidos. Por mês, a rede vende 200 mil hambúrgueres em 24 lojas próprias.
Camila sempre comeu muito hambúrguer. “Troco fácil um almoço por um hambúrguer”, admite. Seu impulso empreendedor (ela teve sete negócios antes, de venda de água de coco a lava jato) a levou a se arriscar em um mercado que conhecia bem como consumidora.
Com o pouco dinheiro que tinha, Camila comprou os melhores insumos e embalagens e começou a trabalhar na cozinha de casa. “Eu mesma fritava batata, montava o hambúrguer, colocava no carro e entregava”, relembra.
Primeiro ela divulgou para os vizinhos e, quando entrou em aplicativos de entrega, os pedidos aumentaram exponencialmente e passaram a chegar de lugares cada vez mais distantes.
Na primeira expansão, ela montou uma cozinha nos fundos de casa e comprou uma fritadeira. “Para quem fritava batata na panela, aquilo era um sonho.” O delivery cresceu tanto que Camila contratou uma equipe de motoboys para fazer as entregas.
Três anos depois, surgiu a oportunidade de abrir primeira loja física no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima. Em seguida, eles inauguraram a primeira unidade de Belo Horizonte, no Bairro Cidade Nova, e não pararam de crescer.
Seis estados
Hoje já são 24 lojas (todas próprias) em seis estados, do Paraná ao Distrito Federal. A sede da empresa continua em Contagem, onde também fica o centro de distribuição.
A marca chegou para concorrer com as grandes redes norte-americanas de hambúrgueres. Tanto que Camila escolheu o nome American Burger e desenvolveu a identidade visual com a intenção de parecer uma franquia de fora do Brasil.
“Somos fast food, mas com todo o cuidado de oferecer uma experiência diferente. Sempre valorizamos a embalagem e a qualidade dos insumos”, aponta.
Atualmente, 80% dos hambúrgueres são de picanha. Camila fez a substituição para conseguir mais suculência. O bacon é artesanal e feito em Minas. Já a batata frita palito, que acompanha todos os itens do cardápio, é mais grossa que o comum para que não fique murcha rápido demais e tenha mais sabor.
Os combos são transportados em uma caixa em formato de maleta. Dentro, você encontra o hambúrguer em uma embalagem revestida com papel alumínio, que ajuda a manter a sua temperatura.
“Como sou muito apaixonada pela empresa, sempre pesquiso o que pode melhorar na experiência do delivery e vejo o que tem de tendência no mercado”, conta. Camila enxerga os motoboys como os garçons da empresa, por isso investe em estrutura para que eles trabalhem sempre motivados.
Nomes de carros
O cardápio do American Burger conta com 17 opções de hambúrgueres, todos com nomes de carros, outra paixão de Camila (ela estudava engenharia mecânica e fazia estágio em uma montadora quando decidiu empreender mais uma vez).
O mais vendido, Dodge Ram, tem pão, carne, bacon e queijo cheddar em dose dupla, anéis de cebola empanados, alface, tomate e o molho American, que a fundadora criou lá no início. A receita é mantida em segredo.
Em outros hambúrgueres, pão, carne, queijo e salada podem se juntar a crispy de cebola, pimenta jalapeño, alho-poró, tortilhas mexicanas, pepperoni ou abacaxi.
Incansável, Camila está sempre pensando em melhorias e novos sabores. “Como hambúrguer todos os dias. Se não for American Burger, é do concorrente, para pesquisar. Não enjoo, sou apaixonada.”
O plano é somar 100 lojas até o fim do ano. A expansão para o Nordeste começará em Fortaleza.
Além disso, depois de uma consultoria sobre internacionalização de empresas na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Camila encontrou um investidor para se estabelecer em Miami. Quando inaugurar essa loja, nos próximos seis meses, a marca servirá de fato hambúrguer americano, como diz seu nome.
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