Minas Gerais

'Eu vi a morte vindo perto de mim', diz idosa atacada por pitbull em Minas

Amélia Maria de Jesus, de 81 anos, chegou a ficar internada, e, agora, se recupera em casa; ataque aconteceu em frente à casa dela, em Três Pontas

Camila Dourado/ Especial para o Estado de Minas
postado em 04/05/2022 10:23
 (crédito:  Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

A idosa de 81 anos atacada por um cão da raça Pitbull em Três Pontas, no Sul de Minas, recebeu alta e se recupera em casa. Dona Amélia Maria de Jesus falou com exclusividade com a TV Alterosa. O ataque aconteceu em frente à residência dela, no Bairro Aristides Vieira, em 15 de abril, e foi flagrado por câmeras de segurança.

Dona Amélia contou, com difuldade, que as lembranças do ataque não saem da sua memória.

“Nossa Deus, aquele dia eu vi a morte vindo perto de mim. Ainda estou muito assustada”, disse a idosa.

Ela ainda está com ferimentos no rosto e no corpo. No dia do ataque, dona Amélia foi socorrida pelo Samu. Após quatro dias internada, segue em recuperação em casa com ajuda da dona do animal.

“Eles vieram aqui, me deram toda atenção. Mas eu ainda estou assim muito nervosa. Ainda não estou bem, com muita dor no braço, no corpo”, completa.

No dia do ataque, a vítima tinha acabado de receber a cunhada, que veio de São Paulo, para passar o feriado de Páscoa no Sul de Minas. A mulher tinha esquecido a escova de dentes e Dona Amélia resolveu buscar no comércio próximo, quando tudo aconteceu.

"Ele escapou, minha cunhada saiu gritando, para pedir ajuda, mas não deu tempo, ele já tinha me atacado. Eu tentei proteger minha garganta com o braço."

Helen Regina, vizinha, viu dona Amélia caída. "Escutei a freada de um carro e uns gritos. Achei que era uma criança atropelada. Quando abri meu portão, vi dona Amélia sendo atacada. Aí, veio o senhor com o extintor tentando soltar o cão", contou Helen.

Segundo a neta, Maria Eduarda, a dona do animal está ajudando no tratamento, mas no dia do ataque a mulher não ajudou no socorro. A família reclama que mais de 20 dias se passaram e nenhuma justiça foi feita. "No momento do ato, a dona do cachorro ficou parada no portão. Então, isso é omissão de socorro. Até agora nada foi feito. Minha avó nem foi chamada para depor", ressalta Eduarda.

No dia do ataque, o dona do animal chegou a ser levada para delegacia e o cão foi sacrificado.

"É uma contravenção na omissão de cautela de animal perigo. A gente tem a informação que outras vezes esse cachorro também fugiu. É notória a responsabilidade da proprietária em não manter esses animais em um local adequado e seguro. Outro delito foi de lesão culposa, que independe da gravidade. A gente sabe que a senhora ficou bem machucada. Na esfera criminal, talvez não dê o conforto necessário, que a vítima e familiares precisam de fato, por serem crimes de menor potencial ofensivo. Eu entendo que a familia deva entrar na esferal cível para ter o custeio de tudo que foi gasto e também idenização", explica o delegado Gustavo Gomes.

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