Mais de 200 intelectuais, entre artistas, escritores e produtores culturais, assinam um manifesto contra o projeto de mineração na Serra do Curral, aprovado na madrugada do último sábado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais. Nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Nascimento participaram endossam o documento, cujo teor foi divulgado ontem.
O documento deve ser encaminhado, amanhã, ao governador do estado, Romeu Zema. No manifesto, os intelectuais pedem a suspensão da licença concedida pelo Copam e que haja prioridade para o processo de tombamento da região para que se torne Patrimônio Cultural e Ambiental de Minas — proposta defendida pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha).
Segundo a documentarista e diretora artística Luciana Sérvulo, coordenadora do movimento, a iniciativa busca atrair visibilidade para a causa. "Minha meta inicial era conseguir 50 nomes representativos nacionais. Já temos mais de 100. Estamos planejando uma série de ações para movimentar a sociedade. Queremos chamar bastante atenção", observou.
Por 8 a 4, o conselho ambiental mineiro aprovou a liberação para o licenciamento total do Complexo Minerário Serra do Taquaril. A empresa responsável pela obra é a Taquaril Mineração (Tamisa). Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) constatou irregularidades no empreendimento da mineradora.
Além de estar situado em uma "área prioritária para conservação da biodiversidade especial", que abriga vegetação nativa de Mata Atlântica, o complexo contará com lavra a céu aberto de minério de ferro, bacias de contenção de sedimentos, unidade de tratamento de minerais, com tratamento a seco e úmido, estradas internas, pilhas de rejeito estéril, estruturas e prédios administrativos — conforme apontou o MPMG.
A Prefeitura de Belo Horizonte também criticou a liberação para a exploração. O poder municipal argumenta que não foram considerados possíveis impactos em cidades vizinhas à capital mineira na decisão tomada pelo Copam. A reação foi a impetração, ontem, de uma ação cautelar, a fim de suspender a licença ambiental concedida à Tamisa.
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