A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e diretora da Associação Brasileira Organizações Não Governamentais (Abong), Keila Simpson, foi impedida de entrar no México neste domingo (1°/5). A brasileira viajou para o país para participar de um fórum mundial para falar sobre direitos LGBTQIA+ no Brasil. De acordo com ela, no entanto, ela foi detida na alfândega por não ter o nome feminino registrado nos documentos. Keila ficou quase 10 horas detida no aeroporto e depois foi deportada para o Brasil.
"Foi constrangedor, mas como digo sempre para travesti nada é fácil. Não deixaram eu passar, eu tenho absoluta certeza que foi pela minha condição de ser travestir. Um pais muito atrasado. Eu estou bem, a luta continua e agente vai vencer essas barreiras", afirmou pelas redes sociais.
A Antra, a Abong e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) emitiram uma nota conjunta em que pedem uma reparação do governo mexicano à ativista. "Independente do motivo de cada pessoa e de cada caso, a autodeclaração de gênero é um direito humano que independe da anuência estatal. Respeitar os pronomes, o nome social, a expressão e a identidade de gênero das pessoas Trans deve estar acima de qualquer norma formal. Organizações de todo mundo, presentes no evento, declaram solidariedade a Keila Simpson. Enquanto organizações da sociedade civil, solicitamos repostas e ações do Itamaraty e do México sobre a violação dos direitos humanos, além de mobilizar esforços para ações de reparação pelo ocorrido", diz trecho da nota.
Keila fazia parte da delegação brasileira no Fórum Social Mundial, que ocorre no México. De acordo com a Antra, Keila manterá a participação na mesa que ocorre na quarta-feira (4/5) de forma virtual.
O Correio entrou em contato com a Embaixada do México no Brasil e com o Itamaraty, mas ainda não obteve resposta.
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