MINAS GERAIS

Preso encontra mãe, por videochamada, após 48 anos sem notícias

Homem cumpre pena no Presídio de Nepomuceno, no Sul de Minas, e conseguiu reencontrar a mãe com a ajuda de uma prima e uma assistente social do estado

Um desejo que para Aladar Bazilio, de 60 anos, nunca seria possível, acabou tornando-se realidade. Cumprindo pena no Presídio de Nepomuceno, no Sul de Minas, o homem conversou com a mãe, de 84, por meio de uma videochamada, após 48 anos sem nenhum tipo de contato ou notícia dela.

O reencontro, após quase cinco décadas, aconteceu em 6 de abril, mas só foi divulgado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nessa quarta-feira (27/4). Um segundo encontro, também virtual, deverá acontecer em maio, informou a pasta.

Conforme a secretaria, o contato entre a mãe e o filho só foi possível devido a uma incansável procura feita por uma prima de Aladar e ao trabalho da assistente social Thaís Caroline Ferreira, servidora da Sejusp, que recebeu uma ligação da mulher em março deste ano.

A princípio, a prima queria apenas saber como estava Aladar e pediu para transmitir a notícia de que a mãe dele estava bem e morava em São Paulo. “Porém, a assistente social foi além do pedido. Ela conversou com Aladar e depois conseguiu o contato da sua irmã, que mora com a mãe (deles)”, detalha a Sejusp.

Menos de um mês depois, o reencontro entre mãe e filho aconteceu de forma remota, já que ela mora em outro estado e não teve condições de vir pessoalmente. “Quero trazer minha família para Minas Gerais. Ficamos muito tempo separados. Foram tantos desencontros e perdas, que não podemos mais viver assim”, disse o detento em contato com a assessoria da Sejusp.

“Trata-se de uma história de separação de vínculos familiares muito antes da prisão. Para mim, foi uma grande realização profissional, pois consegui um resgate de laços familiares. Esta é uma das nossas missões enquanto profissionais da assistência social”, reflete a servidora via assessoria.

Nascido no Espírito Santo, Aladar Bazilio foi criado no interior do Paraná até os 12 anos, quando se mudou para Três Pontas, no Sul estado mineiro, com os tios, a prima e a avó. Depois, ele fixou residência em várias cidades até chegar a Nepomuceno.

A reportagem questionou por qual crime Aladar Bazilio foi condenado, a pena aplicada e o quanto da sentença já foi cumprido. A assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública disse, no entanto, que a “divulgação da situação processual do preso não está autorizada”.

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