Pandemia

Covid-19: Queiroga diz que passaporte vacinal 'não devia nem ter existido'

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que passaporte vacinal, obrigatório para entrada em alguns lugares no país, não ajudou na imunização. "É o passaporte da discórdia", comentou

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se pronunciou nesta sexta-feira (22/4) sobre a exigência do passaporte vacinal da covid-19 para a entrada em alguns locais diante do fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Questionado sobre a manutenção da cobrança, Queiroga afirmou que passaporte "não devia nem ter existido".

"Esse passaporte (vacinal), para mim, não devia nem ter existido. É o passaporte da discórdia que não ajudou em nada nossa campanha de vacinação. E não foi instituído em nenhum momento pelo Ministério da Saúde e nem pelo Supremo Tribunal Federal", disse o ministro durante a entrevista coletiva após assinatura da portaria que revogou a Espin. 

A medida já foi defendida por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que apontaram que o passaporte estimulou a adesão às vacinas. No entanto, para Queiroga indicou que a medida criou mais confusão do que solução. "Prefiro andar com meu amigo Zé Gotinha que é mais útil para estimular vacinação no Brasil", completou.

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O ministro ainda reforçou que a política de vacinação contra covid-19 no Brasil irá continuar. “O Brasil não precisa que nós forcemos os brasileiros a se vacinar, eles vão se vacinar, eles sabem que isso é um valor para o Brasil", disse.

O cardiologista já ponderou, em outros momentos, que não vê mais sentido na adoção de medidas restritivas contra covid-19 diante do fim da emergência sanitária no Brasil. "Não há mais sentido nesse tipo de medida restritiva, sobretudo quanto é tomada de uma forma absolutamente diversa por gestores municipais e estaduais. [...] Minha expectativa é que se acabem essas exigências", indicou. 

Revogação de emergência em 30 dias

Nesta sexta, o ministro assinou a portaria que revoga a instituição da Espin no país. A medida entra em vigor 30 dias após a publicação do Diário Oficial da União (DOU), que deve acontecer ainda hoje.

O tempo de 30 dias para que a revogação da emergência entre em vigor não atende o pedido feito pelos secretários de saúde, que solicitaram 90 dias para fazer essa transição. Segundo os gestores, o tempo seria utilizado para adequar as normas e toda a cadeia administrativa que deriva dessa atualização.

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