Crime

Terror em Guarapuava: assaltantes abandonaram seis carros durante fuga

Secretário de Segurança Pública do Paraná detalhou ação da polícia que frustrou roubo a empresa de transporte de valores; os três feridos no embate estão estáveis

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Rômulo Marinho, detalhou a ação policial que frustrou um assalto a uma transportadora de valores na cidade de Guarapuava. De acordo com Marinho, os policiais perceberam a movimentação suspeita durante a noite de domingo (17/4) e colocaram em prática um plano de contingência para evitar o roubo.

Na fuga, a quadrilha deixou para trás pelo menos seis carros e quatro armas de calibre .50, de uso privativo das Forças Armadas, e três fuzis. Todo esse material foi enviado para análise da equipe de perícia da Polícia Civil. Eles estudam marcas de sangue, impressões digitais e rastreiam a origem dos veículos para tentar chegar os integrantes da quadrilha.

Em entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira (18/4), Marinho explicou que o bando havia bloqueado as ruas que dão acesso ao batalhão da Polícia Militar, mas que uma equipe fazia ronda na cidade, percebeu a movimentação suspeita e chamou reforços. O movimento dos PMs casou confronto com os ladrões e acabou com três pessoas feridas: dois policiais e um morador que passava pela região.

Saiba Mais

Tudo aconteceu entre as 23h do domingo e as 4h desta madrugada. “Eles queriam chegar na Proforte, que é uma empresa que tem um grande fluxo de dinheiro, mas não lograram êxito. "Houve nesse tempo muitas fake news, disseram que tinham entrado na penitenciária isso não aconteceu. Disseram também que o Exército tinha colocado os blindados aqui para nos ajudar, isso também não aconteceu. O que aconteceu foi que o plano de contingência funcionou. Não houve falha (das equipes de polícia)”, defendeu o secretário.

Ele contou que as forças de segurança locais já estavam de sobreaviso para a possibilidade de ações desse tipo ocorrerem. Isso porque o volume de dinheiro movimentado pelas empresas transportadoras costuma ser maior no fim de um feriado prolongado, como a Semana Santa.

“Veja, em um grande feriado, de Páscoa, a gente sabe que esse pessoal circula, a gente sabe que existem quadrilhas fortemente armadas atuando em outros estados, então não pegaram a gente de surpresa, ao contrário. O plano de contingência que o 16º batalhão (da PM) tem, junto com a Polícia Civil, funcionou”, detalhou.

Bandidos são procurados em regiões da zona rural

O secretário explicou que a PM tentou, ao máximo, evitar o confronto em perímetro urbano, para reduzir o risco de atingir acidentalmente moradores. Segundo ele, é por isso que a operação teve um número baixo de feridos. São dois policiais, um com um tiro na perna e outro no rosto, e um morador. Embora o quadro dos três inspire cuidados, eles estão fora de perigo, informou Marinho.

A polícia também negou a informação de que os bandidos estariam rendendo moradores nos bairros da cidade de Guarapuava para buscar esconderijos, ao longo da manhã desta segunda. De acordo com o secretário, eles fugiram por estradas da zona rural, onde as equipes seguem buscando pistas do bando. Logo cedo, a prefeitura emitiu um comunicado informando que os moradores poderiam voltar às atividades normais sem risco à segurança.

Enquanto isso, as buscas e patrulhamento seguem nas fazendas da região. “O comandante Hudson trouxe reforço, já colocou nas áreas rurais, está fazendo o policiamento com o auxílio de três aeronaves. Nós vamos ficar pelos próximos quatro dias aqui na cidade para tentar neutralizar, capturar e chegar nessa quadrilha (para descobrir) quem são os mandantes, de onde essa quadrilha está vindo”, informou o secretário.

Polícia investiga ligação com assalto em Criciúma

Entre as linhas de investigação, há a possibilidade da quadrilha ter atuação nacional, já que assaltos semelhantes foram registrados em cidades de outras regiões do país, a exemplo de Araraquara, interior de São Paulo. Apesar disso, a polícia acredita que há maiores chances de o crime ter sido planejado por grupos locais. A principal suspeita é de que haja ligação com o assalto em Criciúma, em dezembro de 2020.

Saiba Mais