Cinco dos 11 réus acusados da morte do pastor Anderson do Carmo, marido da pastora e ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, de 61 anos, começaram a ser julgados, ontem, no Fórum de Niterói (Região Metropolitana do Rio). O júri, presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal, analisa a situação de quatro dos nove acusados de envolvimento na morte de Anderson: o filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues; o filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva; o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa; e sua mulher Andrea Santos Maia.
O julgamento foi dividido em três partes. Em novembro de 2021, dois filhos de Flordelis foram condenados. Agora vão a julgamento mais três filhos, o ex-PM e a mulher dele. Flordelis será julgada na terceira e última etapa, em 9 de maio, junto com outras três acusadas.
Entre as testemunhas ouvidas ontem estava o delegado Allan Duarte, que esteve à frente da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) durante a investigação da morte de Anderson. Duarte afirmou que Flordelis foi a mentora da morte do pastor.
"A iniciativa foi da Flordelis, ela foi a mentora. Os demais indiciados agiram de acordo com ela, mas ela foi a mentora", apontou o delegado.
A delegada Bárbara Lomba, que era titular da DHNSGI na época do crime, também depôs. Segundo ela, a motivação para o assassinato seria o descontentamento de Flordelis em relação às articulações políticas de Anderson, que deixavam a deputada em segundo plano.
Sobre as acusações de abuso sexual e de agressão por parte de Anderson, os dois policiais informaram que as investigações nada comprovaram. Para a delegada, a raiva que as filhas sentiam por Anderson era devido à ascendência sobre Flordelis.
Está previsto que serão ouvidas 18 testemunhas ao longo do julgamento.