O governo federal lançou, na segunda-feira (4/4), a campanha de vacinação simultânea contra a gripe e o sarampo. O Ministério da Saúde pretende atingir um público de quase 100 milhões de pessoas, a partir do próximo dia 30.
Pelos cálculos do ministério, a vacinação contra a gripe deve alcançar aproximadamente 78 milhões de pessoas, enquanto a distribuição de doses contra o sarampo tem como alvo cerca de 19 milhões de cidadãos. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o país tem os três princípios fundamentais para o sucesso de qualquer campanha de imunização em massa.
"Temos vacinas e capacidade sem precedentes de aplicar essas vacinas. Outro ponto é a conscientização da nossa população, que busca as salas de imunização porque nós já pagamos um preço muito alto no passado. Pessoas morreram por doenças que eram absolutamente evitáveis se fossem feitas campanhas de vacinação eficientes", disse.
Esta é a 24ª campanha de imunização contra a gripe e a 8ª contra o sarampo. Mas, pelo tom dado por Queiroga no lançamento da campanha simultânea, a imunização contra as duas doenças servirá também para alavancar a campanha de Jair Bolsonaro à reeleição.
"O governo do presidente é um dos que mais investiram na saúde pública. A campanha de vacinação é um dever do Estado e direito de cada um dos brasileiros, que podem acessar essa política pública livremente", afirmou.
Queiroga indicou, ainda, que acredita que a cobertura vacinal das doenças pode ser maior este ano do que no ano passado, diante da melhora do cenário da pandemia de covid-19. Em 2021, o país vivia números crescentes de infecção pela covid e, por causa disso, se vivia o receio de abandonar o necessário isolamento social, além do temor de incompatibilidade entre as vacinas.
"Há uma queda da cobertura vacinal no mundo todo. Isso não é um fenômeno só do Brasil. É até uma questão paradoxal; quando se consegue controlar com mais eficiência uma doença, a população se esquece dela e deixa de buscar as vacinas que estão aí disponíveis", explicou Queiroga, justificando a queda das coberturas vacinais no mundo inteiro.
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Pandemia
O ministro reforçou que o esforço para a vacinação de brasileiros não deve vir só do ministério, mas, também, de estados e dos municípios. "O Brasil mostrou a sua capacidade de vacinação. Basta ter que nós conseguimos distribuir e aplicar", enfatizou.
Sobre as pressões para que suspenda o status de pandemia e declare que o país vive, atualmente, uma endemia — tal como pretende Bolsonaro —, Queiroga observou que "o fim da emergência sanitária de importância nacional não quer dizer que a covid acabou".
E acrescentou: "Queremos que (a pandemia) acabe, vamos trabalhar para isso. Mas é uma doença, causada por um vírus. Não vai acabar de uma hora para outra, mas a emergência sanitária, sim. O presidente Bolsonaro me pediu prudência nessas ações", salientou.