“É uma sensação de alívio saber que eles estão presos. O que fizeram com a Nerussa foi uma covardia, algo de quem não tem nenhum respeito pela vida de ninguém”. É com este sentimento de alívio, mas ainda de revolta e tristeza que colegas de trabalho de Nerussa Roussos Machado Dos Santos receberam a notícia da prisão dos dois suspeitos de participarem do latrocínio que vitimou a recepcionista na última sexta (22/4).
“Ainda é difícil de acreditar em tudo o que aconteceu. Dá revolta, tristeza, vem tudo junto. Ela era uma pessoa boa, alegre. Mãe de três filho e que morreu por causa de um celular”, disse uma das recepcionistas da academia onde Nerussa trabalhava, no bairro Industrial em Contagem, na Grande BH.
Nerussa foi morta ao reagir a um assalto, na sexta (22/4), enquanto conversava com um amigo em frente a academia em que trabalhava, no bairro Industrial em Contagem, na Grande BH. Ela foi baleada no peito e não resistiu ao ferimento.
Frios e dissimulados
Os dois suspeitos, de 22 e 27 anos, foram presos em uma operação da Polícia Militar na noite desta terça (26), no bairro Lindeia, região do Barreiro em Belo Horizonte e no bairro Amazonas, em Contagem, na Grande BH. De acordo com a PM, os criminosos conhecidos como Magrin e Dadinho são vizinhos, se conhecem desde a infância e já cumpriram penas juntos por roubo. Magrin, reconhecido por uma testemunha como o autor dos tiros que mataram Nerussa, também já cumpriu pena por tráfico de drogas. “Eles são frios, dissimulados. O Magrin chegou a dizer que quis saber mais sobre o crime porque ‘sentiu dó da vítima’ ao ouvir falar do que aconteceu, mesmo sabendo que tinha sido ele quem cometeu este crime”, salienta o tenente Gilênio Ferreira do Tático Móvel do 39º Batalhão da PM, que esteve à frente da operação que prendeu os suspeitos.
Investigação
Desde o dia do crime, forças de inteligência e operacionais da PM iniciaram um cerco para tentar identificar e prender os suspeitos. Câmeras de segurança da academia foram usadas para identificar os suspeitos, assim como informações levantadas em diligências realizadas pelos militares.
No fim da tarde desta terça, policiais fizeram um cerco na casa de um dos suspeitos conhecido como Dadinho. Para a polícia, o homem, que tem 22 anos, pilotava a moto usada pela dupla para praticar o crime. Depois de vasculharem a casa dele, os policiais militares conseguiram prender Dadinho em uma oficina mecânica em que ele trabalhava no bairro Amazonas, em Contagem. Ao mesmo tempo, outra guarnição da PM prendeu o outro suspeito, conhecido como Magrin em um lava-jato no Lindeia. “O Dadinho tentou negar que conhecia o Magrin, mas foi desmentido pelo comparsa que afirmou que eles eram amigos de infância. Além disso, no dia do crime, o celular de Nerussa foi encontrado próximo a oficina que Dadinho trabalhava. Tudo isso fez fechar o cerco ainda mais contra eles”, explica o tenente Ferreira.
“Meu coração gelou”, diz testemunha
As linhas que ainda faltavam ser unidas na investigação foram encontradas quando uma testemunha identificou Magrin como o homem que abordou Nerussa e efetuou os disparos que mataram a recepcionista. “Ele não teve dúvidas em reconhecer o suspeito. Chegou a dizer ‘meu coração gelou, só de vê-lo’”, explicou o tenente Ferreira.
“Senti dó dela”, disse suspeito
Aos policiais, Magrin admitiu que passou na frente da academia onde Nerussa trabalhava na noite do crime e que usou o próprio aparelho celular para consultar sobre um latrocínio em Contagem no sábado (23). Ao ser perguntado pelos militares porque fez as consultas, o criminoso disse que “soube de tudo e que ficou com dó do que fizeram com a mulher”.
“Quando ele disse isso tivemos a nítida impressão de que ele, na verdade, estava buscando saber sobre a repercussão do crime. Eles são frios, dissimulados”, garante o tenente Ferreira.
Presos
Os dois suspeitos estão presos na delegacia de Plantão de Contagem, onde a ocorrência foi registrada. No momento em que Dadinho foi abordado pela PM, os militares encontraram buchas de maconha em poder do suspeito.
A moto usada pela dupla no crime não foi localizada. Já os aparelhos celulares dos dois presos foram apreendidos e vão ser analisados pela Polícia Civil. Para a polícia, há indícios de que a dupla possa ter trocado mensagens após o crime sobre o latrocínio.
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