Um jovem teve uma série de convulsões e paradas cardíacas após pisar acidentalmente em um peixe-leão venenoso na Praia de Bitupitá, em Barroquinha, no interior do Ceará.
O pescador identificado como Francisco Mauro da Costa Albuquerque, de 24 anos, sofreu com dores, convulsões e teve duas paradas cardíacas após pisar em um peixe-leão. O animal é altamente venenoso e já foi visto em diversos locais do litoral cearense, inclusive em pontos turísticos famosos, como Jericoacoara.
Segundo o professor pesquisador Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), esse foi o primeiro caso de acidente com esta espécie registrado em ambiente (ou seja, no mar) no Brasil.
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“Esse é o primeiro acidente de peixe-leão registrado no Brasil em campo, em ambiente raso. Havia sido registrado alguns acidentes, mas em aquários, por pessoas que trabalham em aquários. Isso mostra que o animal está invadindo o ambiente”, afirma o professor em entrevista ao G1.
A mulher do pescador, Ana Vitória Alves Laurindo, conta que Francisco Mauro sofreu dores na região onde foi furado e teve convulsões e duas paradas cardíacas. Ele precisou ficar internado durante seis dias por conta do acidente.
Peixe-leão
Segundo biólogos, a espécie é extremamente venenosa por isso prejudica o turismo, pesca e economia. O peixe-leão pode soltar veneno pelas nadadeiras dorsais, não possui predadores naturais e se reproduz rapidamente. O Instituto de Ciências do Mar (Labomar) encontrou, em 2022, oito destes animais em água rasa.
“Nós recebemos a informação através de pesquisas que nós estamos fazendo com este animal que por enquanto ele está desde Bitupitá até Itarema, no litoral cearense”, explica o professor Marcelo Soares.
A espécie é considerada uma das mais invasoras e de risco global. Ele se alimenta de invertebrados, como camarões. É um peixe agressivo, além de ser peçonhento, e possui 18 espinhos venenosos capazes de provocar acidentes.
Caso alguém aviste ou tenha informações sobre o peixe-leão no Brasil, a orientação é repassar os dados através do Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF) do Ibama ou entrar em contato com o Programa Cientista-Chefe da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Ceará (cientistachefesema@gmail.com).
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