Carnaval

Em 2017, mulher também morreu após ser atingida por alegoria na Sapucaí

Há cinco anos, radialista foi acertada por carro que se chocou com grade que separa a pista das arquibancadas. Prefeito diz que acompanhará apuração de perto

Guilherme Peixoto - Estado de Minas
postado em 22/04/2022 15:44
Pessoas fazem um cordão de isolamento enquanto bombeiros atendem pessoas atropeladas por um carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti em 2017 -  (crédito: AFP / Yasuyoshi CHIBA)
Pessoas fazem um cordão de isolamento enquanto bombeiros atendem pessoas atropeladas por um carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti em 2017 - (crédito: AFP / Yasuyoshi CHIBA)

Rio de Janeiro - A morte da menina Raquel Antunes da Silva, nesta sexta-feira (22/4), pouco mais de um dia após ter sido imprensada por um carro alegórico em uma rua do entorno da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro (RJ), remonta a um caso semelhante, ocorrido em 2017. À época, a radialista Elizabeth Jofre não resistiu às complicações do atropelamento causado por uma alegoria. O incidente de cinco anos atrás deixou outras 20 pessoas feridas.

Raquel, de 11 anos, perdeu uma perna por causa do acidente. Internada em um hospital público da capital fluminense, a garota estava em estado muito grave.

O acidente, ocorrido com um carro da escola Em Cima da Hora, que disputa a segunda divisão do carnaval, causou uma hemorragia. A menina passou por uma cirurgia que durou mais de 6 horas, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a intervenção. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos.

Em fevereiro de 2017, Elizabeth, conhecida como "Liza Carioca" no mundo carnavalesco, acompanhava, da pista de desfiles, a apresentação do Paraíso do Tuiuti. Logo no início do cortejo, um dos carros da escola se chocou com a grade que separa a passarela de um setor de arquibancadas. Desgovernada, a alegoria atingiu diversas pessoas.

A radialista morreu em abril daquele ano, após passar dois meses hospitalizada. Ela passou por cirurgias e, além de lidar com as sequelas, contraiu infecção bacteriana e teve anemia ao longo da internação.

Prefeito diz que vai acompanhar investigação

O acidente com Raquel da Silva motivou ordem judicial que obriga as escolas de samba a nomear representantes que possam acompanhar, a partir da dispersão da Sapucaí, o retorno das alegorias aos barracões de criação. A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público fluminense. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas do choque entre a menina e o carro.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse que a morte de Raquel gera "grande sentimento de tristeza".

"Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares", disse, pelo Twitter, em tom de solidariedade.

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