Grupos chamados de “pistolagem sob encomenda” e “agromilícias”, além da omissão ou ação direta de agentes públicos, foram responsáveis pelo assassinato de 35 pessoas em conflitos no campo, no Brasil, em 2021. Desse total, 33 eram homens e 2 eram mulheres. Os dados estão no levantamento Conflitos no Campo, Brasil 2021, da Pastoral da Terra da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançado nesta segunda-feira (18/4), em Brasília.
“Ocorreram 109 mortes em decorrência destes conflitos sangrentos, bem como 27 tentativas de assassinato e 132 ameaças de morte. Além destes dados, foram registradas 75 agressões físicas com ferimentos diversos, um sem-número de intimidações e tentativas humilhantes de subjugação, e 13 ocorrências de tortura praticadas principalmente por agentes privados designados como 'fazendeiros'”, destaca o texto.
Saiba Mais
Dos dois massacres ocorridos, que consideram toda violência onde três ou mais pessoas são mortas, um foi contra indígenas ianomâmis isolados, no qual ao menos três indígenas Moxihatëtëa foram assassinados nas terras indígenas de Roraima. Em agosto de 2021, três sem-terra também foram chacinados no acampamento Ademar Ferreira, em Rondônia.
Trabalho ambiental
Segundo o estudo, os números já impressionam em 2022. Em quatro meses, 14 pessoas já foram mortas em áreas rurais, quatro ocorreram em São Félix do Xingu (PA). Os assassinados, segundo a pastoral, “eram conhecidos e reconhecidos pelo trabalho ambiental que desempenhavam” e residiam no local há mais de 20 anos.
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