IMIGRAÇÃO

Crianças e padre são encontrados em barco ilegal na fronteira do Brasil

Embarcação estava na fronteira da Guiana Francesa e do Brasil. A Polícia Civil afirma que diversas pessoas morreram afogadas na travessia ilegal

Correio Braziliense
postado em 16/04/2022 23:58 / atualizado em 16/04/2022 23:59
A embarcação de 29 pessoas era composta, na maioria, por cubanos -  (crédito: Operação Hórus/Polícia Civil/Divulgação)
A embarcação de 29 pessoas era composta, na maioria, por cubanos - (crédito: Operação Hórus/Polícia Civil/Divulgação)

Um barco com 29 pessoas foi interceptado pela Polícia Civil no Rio Oiapoque, no norte do Amapá, no início deste sábado (16/4), quando saía da Guiana Francesa e chegava ao Brasil para entrar no país sem documentação. A região marca a fronteira dos dois países. Um bebê de 1 ano e quatro meses, uma criança de 4 anos e um padre estavam entre os tripulantes.

Outros 13 cubanos, um colombiano e um somali estavam no barco, além de 14 brasileiros. Todos os tripulantes foram levados para Oiapoque, cidade em que a Operação Hórus, que visa coibir crimes entre fronteiras na região, se concentra. A embarcação, de cerca de 20 metros, teria vindo do Suriname pelo Oceano Atlântico. As informações são do G1.

Agora, a Polícia Civil quer ouvir os tripulantes para encontrar os chamados coiotes, criminosos que promovem as viagens ilegais de imigrantes para o Brasil. O delegado que coordena a operação, Charles Corrêa, afirma que o trajeto feito de forma criminosa já matou várias pessoas.

“Crianças, mulheres, fazendo essa travessia perigosa vindos do Suriname. Várias pessoas já morreram afogadas. (Nos últimos anos), atuamos para combater esse tipo de situação, que mata pessoas, para proteger famílias para que venham de forma legal para o Brasil”, pontuou o policial.

Uma outra embarcação, menor, também foi apreendida. Conhecida na região como catraia, ela era ocupada apenas por um homem, que foi detido por conduzi-la. “Catraia é uma espécie de ‘táxi’ para fazer o transbordo de passageiros para entrar em Oiapoque sem serem percebidos”, completou Corrêa.

Cobrança em dólares

De acordo com a Polícia Civil, os coiotes cobram 350 euros para brasileiros e 450 dólares para imigrantes para transportá-los em viagens ilegais, que duram vários dias em trajetos que passam por rios e o mar.

A corporação atua no caso e investiga os crimes de promoção de migração ilegal, atentado contra a segurança do transporte marítimo e fluvial e associação criminosa. Os envolvidos também podem responder por crime ambiental de transportar substância nociva sem as formalidades legais, já que foram encontrados 20 quilos de mercúrio na embarcação. O metal é usado, principalmente, no garimpo clandestino.

Além dos climas transfronteiriços, a Operação Hórus investiga o tráfico de drogas e de armas na região entre o Brasil e a Guiana Francesa.

 

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