Um casal homoafetivo foi alvejado por tiros em frente a um condomínio em Mossoró, no Rio Grande do Norte, no último sábado (9/4). Uma das vítimas foi atingida por nove disparos e morreu na hora, segundo a Polícia Civil do Estado. O companheiro, que sobreviveu, diz que a motivação do crime pode ter sido homofobia, e o autor seria um homem que morava em frente ao condomínio e não teria gostado de ver os namorados conversando.
A vítima, Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, era formado em Direito e havia acabado de ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No dia do crime, ele havia ido a casa do namorado, Lucas (que preferiu não ter o sobrenome divulgado).
Segundo Edson Lobão, advogado de Lucas — em entrevista ao portal local TCM Notícias — o autor do crime seria Ialamy Gonzaga, de 38 anos, que mora em frente ao condomínio de Lucas — e que está foragido. Ele já havia visto o casal junto algumas vezes, e no dia do crime ficou observando os dois conversando.
De acordo com familiares de Eliel ouvidos pelo Correio, em determinado momento, dois homens se aproximaram do casal e Lucas achou se tratar de um assalto. Ele jogou o celular para dentro do condomínio, mas não foi atacado pela dupla. Um dos homens fez um sinal para Ialamy Gonzaga, que estava embaixo de uma árvore, em frente à casa dele.
Após isso, Ialamy efetuou dois disparos em direção ao casal. Os tiros não acertaram as vítimas, que correram em direções opostas. Moradores do condomínio acharam se tratar de um assalto e gritaram “pega ladrão”. Uma pessoa que passava acabou segurando Eliel, o que permitiu o suspeito efetuar os nove disparos e tirar a vida do jovem bacharel em direito.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte divulgou uma foto de Ialamy Gonzaga, suspeito pelo assassinato, que está sendo procurado.
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Primeiras linhas da investigação:
Em coletiva realizada na última segunda-feira (11/4), a Polícia Civil indicou os primeiros detalhes das investigações. Na ocasião, as investigações indicaram que Eliel teria sido confundido com um assaltante, ao mesmo tempo em que imaginou estar sendo vítima de um assalto — e por isso fugiu.
Lucas deu depoimento à Polícia Civil na terça-feira (12/4), negando a primeira versão apresentada.
Ao Correio, o delegado Rafael Arraes, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explicou que o depoimento de Lucas será averiguado na investigação, que segue em andamento.
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