A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu que a morte de Lucas Valença, conhecido como Hipster da Federal, foi em legítima defesa. O inquérito, apresentado nesta quarta-feira (13/4), pelo delegado Alex Rodrigues, confirmou o chacareiro Marcony Pereira dos Anjos como autor do disparo, mas o homem foi indiciado apenas por porte ilegal de arma de fogo.
“A arma de fogo, mesmo que de forma ilegal, foi o meio necessário e adequado para cessar o risco atual que a vítima estava provocando”, entendeu o delegado. O incidente foi em 2 de março de 2022 na cidade de Buritinópolis, Goiás, que fica às margens da BR-020, a 263 km de Brasília. O processo ficará sob análise do Tribunal de Justiça de Goiás.
Policial federal estava em surto quando invadiu a propriedade
De acordo com o relato do atirador, Valença entrou na propriedade visivelmente alterado, alegando que havia um demônio no local, e chegou a desligar o disjuntor de energia da casa. Mesmo avisado de que o dono da fazenda estava armado, ele não recuou, e, em seguida, foi alvejado. Em seguida, Marcony chamou a Polícia Militar e uma ambulância, mas o socorro já encontrou a vítima sem vida.
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Essa versão foi corroborada por evidências e depoimentos, informou o delegado em entrevista coletiva na manhã desta quarta. A Polícia também confirmou as informações da família da vítima, sobre o estado de saúde mental de Lucas Valença. De acordo com o documento, acontecimentos (como a morte do pai e do irmão mais velho) contribuíram para o agravamento de uma quadro depressivo do policial federal.
O laudo diz ainda que Lucas tinha passado por um episódio de surto psicótico há dois anos, mas recebeu tratamento e estava bem. Nenhum traço de bebida alcoólica foi encontrado na análise toxicológica, entretanto, os peritos encontraram traços de THC, molécula psicoativa da maconha. O delegado Rodrigues frisou que não é possível saber se a substância era proveniente de algum medicamento ou do uso de drogas ilícitas.
‘Estava sofrendo e, infelizmente, não conseguimos ajudar’
Lucas Valença ficou famoso em 2016, depois de participar da escolta do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em uma ação da operação Lava-Jato. Na época, ele ganhou vários apelidos como “Gato da Federal” e o mais comum, “Hipster da Federal”. Em junho de 2021, ele voltou a ser assunto na internet ao integrar a força tarefa que buscava o foragido Lázaro Barbosa.
Mas, para além da fama, ele era uma pessoa calma e sociável, como contou Deise Menezes, amiga de Lucas, ao Correio. “Era muito querido, além de muitos amigos policiais e profissionais, tinha amigos do convívio dele. Isso que a gente queria que as pessoas ficassem sabendo. Ele estava sofrendo, precisando de ajuda e, infelizmente, não conseguimos ajudá-lo”, lamentou.
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