O gabinete do vereador Gabriel Monteiro (PL), que está sendo investigado pelos crimes de assédio sexual e estupro, foi lacrado, ontem, depois que uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório do parlamentar, na Câmara Municipal, e em endereços de pessoas ligadas a ele. Foram recolhidos documentos e computadores.
A operação foi desfechada depois que seis pessoas, assessores e ex-assessores de Gabriel, afirmaram que ele sabia da idade da garota cujo vídeo mantendo relações sexuais circulou pelas redes sociais. O vereador garante que o ato foi consentido.
Segundo os depoimentos para o inquérito sobre o vídeo da relação sexual, era comum vê-lo com várias menores em casa. Uma delas, inclusive, chegava no local vestida com uniforme de escola e era chamada por ele de "novinha" e "bebê".
Mesmo com as negativas do vereador, as investigações mostram que ele se relacionava, há mais de 10 meses, com a menor e que ela tinha o hábito de ir à casa de Monteiro depois do colégio. Ele acusou ex-funcionários de vazarem os vídeos e disse que cinco HDs externos e quatro cartões de memória foram roubados.
Os agentes cumpriram o mandato na casa de Monteiro, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no gabinete do parlamentar na Câmara e outros nove endereços. O mandado foi expedido pelo juiz Guilherme Grandmasson Ferreira Chaves, do plantão judicial, a pedido do delegado Luís Armond, da 42ª DP. Na casa do parlamentar, foram apreendidos documentos e armas. O magistrado determinou, ainda, a quebra de dados do material apreendido.
Orgias
Um dos depoimentos mais contundentes contra Monteiro foi o do auxiliar de gabinete Fábio Neder, que trabalhou com o vereador por 10 meses. Conforme relatou, o trabalho que deveria ser feito no gabinete da Câmara, que fica na Cinelândia, no Centro do Rio, era feito na residência dele. Lá, os funcionários trabalhavam todos os dias em uma rotina de publicações para os canais do parlamentar nas redes sociais.
Nos fins de semana, ainda segundo Neder, os funcionários passavam madrugadas em festas e alguns chegavam a dormir na casa de Monteiro. O ex-auxiliar afirmou que o vereador costuma se relacionar com garotas de até 18 anos na frente de outras pessoas.
De acordo com Neder, os atos sexuais eram filmados pelo próprio vereador, e armazenados no celular e nos HDs que guardava dentro de um cofre, no quarto de dormir. Isso foi confirmado pelo ex-assessor de mídia de Monteiro, Mateus Souza de Oliveira.
O vereador compareceu à delegacia, depois da operação, para prestar depoimento. Mas, em 28 de março, ele procurou a 42ª DP para registar o vazamento do vídeo com adolescente de 15 anos. Nesse episódio, afirmou que não sabia a verdadeira idade da jovem e a gravação foi permitida — o que ela confirmou à polícia.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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