Hozana Carneiro Ximenes, 35 anos, foi presa em Manaus nesta quinta-feira (10/3), acusada de deformar pacientes em procedimentos estéticos clandestinos. A mulher exercia o papel de biomédica mesmo sem a formação e atraía clientes cobrando um valor muito abaixo do mercado.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a “biomédica” na verdade é formada em matemática. Hozana não possui nenhum curso ou registro profissional que a permita realizar procedimentos estéticos. Mesmo assim, Hozana atuou com estética em várias clínicas de Manaus.
Ainda de acordo com investigação da polícia, a falsa esteticista cobrava muito abaixo do preço de mercado. Procedimentos que custariam R$ 15 mil seriam oferecidos por cerca de R$ 3 mil por Hozana.
A mulher teria deformado várias pessoas com os procedimentos mal-sucedidos. No total, 10 pessoas denunciaram a profissional clandestina.
A prisão ocorreu no bairro Novo Israel, na Zona Norte de Manaus. Agora, a suspeita responderá pelos crimes de estelionato, lesão corporal grave e falsificação de documento público. Ela será encaminhada à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficará à disposição do Poder Judiciário.
Hosana foi demitida várias vezes, diz delegado
Em resposta ao Correio, o delegado Gesson Aguiar, que está respondendo interinamente pelo 10º DIP, reforçou que a falsa biomédica já havia sido demitida várias vezes e a investigação começou após 10 boletins de ocorrência de clientes deformadas. A mulher já havia trabalhado em várias clínicas da cidade, "pois sempre que dava algum problema ela era demitida, mas já buscava outra clínica para trabalhar”, contou.
A autoridade policial relatou que as vítimas apresentaram as documentações das clínicas dos procedimentos estéticos para comprovar a veracidade da denúncia, bem como os documentos dos hospitais em que elas foram internadas devido aos resultados do tratamento ilegal.
“Como a infratora alegou que era formada em Biomedicina e que tinha estudado em uma faculdade particular da capital, nós entramos em contato com a instituição de ensino superior e fomos informados que Hozana nunca tinha passado por lá”, esclareceu Aguiar.
O Correio tentou entrar em contato com a defesa de Hozana, mas sem sucesso. O espaço segue aberto para futuras manifestações.