O engenheiro nuclear e físico Luiz Pinguelli Rosa morreu, ontem, aos 80 anos. Ele havia sido internado com covid-19 há quase um mês no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Um dos maiores especialistas em energia no país, foi presidente da Eletrobras entre 2003 e 2004 e, por várias, vezes foi diretor da Coppe/UFRJ.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, o professor integrou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) das Nações Unidas. Entre os diversos reconhecimentos a seu trabalho estão a comenda da Ordem das Palmas Acadêmicas, em 1998, concedida pelo Ministério da Educação da França, e as medalhas da Ordem do Mérito do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa, em 2003.
A Coppe/UFRJ decretou luto oficial por três dias. Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), disse que Pinguelli teve papel importante para tornar a Coppe/UFRJ um centro de pesquisa de nível mundial. "As análises consistentes que fez sobre o apagão de 2001 ajudaram muito a estruturar o atual modelo do setor", declarou.
Com formação em engenharia nuclear, Pinguelli participou do projeto da primeira usina nuclear brasileira, Angra 1. Nas redes sociais, a morte do cientista foi lamentada.
Para o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, Pinguelli "deu imensa contribuição para a evolução e defesa do sistema energético brasileiro, que hoje está sob ataque de entregadores do país".
O também pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, escreveu sobre o professor: "Lamento muito o falecimento do grande físico e meu amigo Luiz Pinguelli Rosa. Seu trabalho, sua pesquisa e seu exemplo são maravilhosos para o Brasil", disse.
A ex-presidente Dilma Rousseff destacou que "Pinguelli foi um homem à frente do seu tempo, um visionário defensor da ciência e do país. Foi um nacionalista que colocou o Brasil e os interesses do povo no centro de todo o seu trabalho intelectual e científico".
Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), publicou que Pinguelli foi "exemplo de militância pela justiça social, pela ciência e pelo desenvolvimento do Brasil com autonomia e plena democracia".