Renata de Assis, de 22 anos, comemorava o aniversário de uma amiga em um "pagode" no bairro Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro, quando o braço direito dela começou a doer sem motivo aparente. Ela sentiu dor e depois passou a não sentir o membro. Questionada pelos amigos sobre o grau da dor, ela disse “acho que tomei um tiro”. O que ela não imaginava é que se tinha sido vítima de uma bala perdida no meio do evento, fato que só descobriu quatro horas depois, na madrugada do último domingo (20/2).
Ao olhar para o braço, ela viu um pouco de sangue. Mas não sabia o motivo. “Achei que tinha sido uma pedrada. Fui falar com os seguranças e eles me fizeram um curativo e ficou tudo bem”, lembra. Renata também diz que nem ela nem os amigos ouviram barulho de tiro e o local não teve nenhuma movimentação estranha. Animada, a estudante de pedagogia permaneceu na festa por mais quatro horas.
Nas redes sociais, ela contou que os amigos perguntaram se ela queria ir ao médico, mas ela recusou. “Vamos curtir, vamos dançar, olha o pagodinho tocando”, ela disse. A jovem disse que só parou de curtir a festa quando não sentiu mais o braço. Ela não conseguia mais mover o membro e nem abrir e fechar mais a mão.
Foi nesse momento que Renata decidiu ir para a casa, já na madrugada de domingo (20/2). Lá, ela comentou com a mãe, Rosângela de Assis, sobre a dor e o machucado, que prontamente insistiu em levá-la a um médico.
Ao serem atendidas na UPA da Penha, a estudante fez um exame de imagem, o raio-x, que revelou o mistério: ela realmente tinha sido baleada e o projétil estava alojado no braço dela. Após a descoberta, Renata foi atendida pelo Hospital Estadual Getúlio Vargas e não recebeu boas notícias: o médico que a atendeu afirmou que era “arriscado tirar porque tá pertinho de um nervo e se mexer nele eu posso perder os movimentos”. “Vai ser parte de mim agora”, brinca.
O braço dela foi imobilizado com uma tipoia e ela recebeu alta. Agora, ela toma remédios para dor, além de antibióticos e pretende conseguir outra consulta pública para ter certeza de que é seguro ficar com a bala no braço. De acordo com a mãe de Renata, a expectativa é que a consulta ocorra apenas em junho devido a falta de agenda dos hospitais.
Agora, Renata diz que o momento nunca sairá da mente dela. Ela afirma que lembra até mesmo a música que ouvia quando sentiu a primeira pontada de dor: Farol das estrelas, da banda Soweto, um clássico dos pagodes. “Pelo menos o pagode era dos bons”, respondeu um seguidor dela no relato que ela fez nas redes sociais. O relato viralizou no Twitter e o post principal já conta com mais de 230 mil curtidas.