Trânsito

Sem ônibus, empregada responde a patroa que mandou ela ‘dar um jeito’

"Não tem como, né Dona Rosângela, não tem como chegar no trabalho", desabafou mulher. Cidade do Rio de Janeiro amanheceu com paralisação de transporte público

Jéssica Gotlib
postado em 29/03/2022 11:42
Imagem de arquivo mostra trânsito intenso na região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro -  (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Imagem de arquivo mostra trânsito intenso na região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro - (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A reação de uma trabalhadora à ordem da patroa causou repercussão na internet, na manhã desta terça-feira (29/3). Em meio à greve dos transportes públicos na cidade do Rio de Janeiro, duas passageiras davam entrevista ao portal G1 quando falaram sobre os transtornos de não conseguir embarcar nos ônibus. O repórter pergunta se elas já tinham avisado aos empregadores sobre o contratempo e recebe uma resposta direta.

“O patrão mandou dar um jeito”, diz. O jornalista estende a questão: “E que jeito vocês pretendem dar agora?”. A reposta irônica virou sensação: “Não sei, de avião, só pode. Porque, não tem como, né Dona Rosângela, não tem como chegar no trabalho”, diz a mulher. As duas haviam acabado de contar que tinham acordado por volta das 2h30 e que estavam no local aguardando transporte desde as 4h.

A maioria dos internautas entendeu a situação da mulher e criticou a atitude da empregadora. “Nunca dependeu de busão”, “deveria ter ido buscar a empregada” e “falta de empatia” é o que está na maioria das mensagens deixadas na postagem. Outros lamentam que o desabafo possa causar a demissão das funcionárias.

Greve

Desde a 0h desta terça, o município está em estágio de mobilização por conta da greve dos trabalhadores do transporte público. O Centro de Operação da Prefeitura do Rio de Janeiro publicou um comunicado, logo nas primeiras horas do dia, de que o trânsito e a mobilidade geral da cidade estariam comprometidos, impactando a rotina da população.

As informações oficiais são de que todas as linhas de BRTs estavam paradas e só 60% dos ônibus estavam em circulação. A prefeitura orientou que, quem pudesse, optasse pelo trabalho remoto e que, em caso de exigência presencial, os moradores tentassem evitar horários de pico no metrô, barcas, trens e VLT. Ainda assim, houve tumulto durante as primeiras horas do dia e as pessoas se queixaram de não conseguir deixar as estações, porque os transportes disponíveis partiam sempre lotados.

Por volta das 9h, o sindicato dos rodoviários interrompeu a paralisação, que foi considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro. Em todo caso, a situação ainda não se normalizou e pode piorar, com a previsão de chuva moderada para esta tarde.

 

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