Queiroga completa 1 ano se equilibrando

Correio Braziliense
postado em 24/03/2022 00:01

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, completou, ontem, um ano à frente da pasta. A marca merece destaque já que nenhum outro, no governo de Jair Bolsonaro (PL), durou mais do que um ano no cargo, apesar da pandemia de covid-19 vivida pelo país desde 2020. Queiroga, porém, continua se equilibrando entre a defesa da ciência e o alinhamento ideológico com o presidente.

O ministro tem diante de si outro dilema: ceder à pressão de Bolsonaro para pôr, logo, fim à emergência em saúde pública de importância nacional — que reconhece o estado de pandemia no país — ou negociar a saída para adoção do status de endemia. O presidente quer uma resposta até o final do mês, mas o ministro evita falar em datas para tentar acalmar os ânimos dos especialistas — que consideram uma decisão precipitada.

Outro embate entre a gestão da pasta e a comunidade médica é a não adoção de uma diretriz de tratamento para a covid-19, tal como aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec). O colegiado elencou uma série de determinações que não incluem a aplicação do kit covid — que inclui medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença, como a cloroquina. A comunidade médica pressiona para que a indicação da Conitec seja aplicada.

Na corda bamba para evitar entrar em choque com Bolsonaro e passar a ser hostilizado pelos apoiadores radicais do presidente, Queiroga deve se apresentar ao Congresso para dar explicações aos parlamentares sobre algumas decisões que deixou de tomar. Na próxima semana, está marcada a ida ao Senado, para depor na Comissão de Direitos Humanos a fim de que esclareça pontos da sua atuação durante a pandemia — tal como ignorar a decisão da Conitec e protelar o início da vacinação infantil, mesmo após a Anvisa autorizar a imunização desse público.

Queiroga também está convocado a se explicar na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, quando prestará contas sobre as políticas implementadas no ministério. (MEC e GC*)

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