Em 2020, ano em que a pandemia da covid-19 surgiu e chegou ao Brasil, houve um crescimento de matrículas nos cursos da área da saúde, os mais procurados pelos estudantes que chegavam ao ensino superior. Os dados são do levantamento Observatório do Ensino Superior: Análise dos Microdados do Censo da Educação Superior 2020, realizado pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights e divulgado pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES).
De acordo com o levantamento, tanto no ensino presencial quanto no lecionado a distância, as graduações relacionadas à saúde foram os mais procurados pelos estudantes no momento da matrícula. Entre os 10 cursos não presenciais mais procurados em 2020, quatro são ligados à saúde: farmácia, biomedicina, nutrição e enfermagem.
No caso das aulas presenciais, sete dos 10 mais procurados pelos novos universitários são do ramo: psicologia, medicina veterinária, medicina, odontologia, biomedicina, enfermagem e fisioterapia. Para o diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier, alguns pontos explicam o crescimento da procura pelos cursos de saúde, algo que já vinha acontecendo, porém a pandemia acelerou essa situação.
"Primeiramente, é uma área que depende de diplomas para contratação, então são profissões bastante reguladas. Em segundo, é uma área que está crescendo em número de contratações. Além disso, tem um 'efeito exemplo': muitos jovens entenderam sua vocação ao ver aqueles profissionais de saúde na linha de frente de combate à pandemia. Muitas despertaram a partir do exemplo daqueles profissionais", explicou.
Outro ponto de destaque do levantamento é o maior volume do ensino a distância se comparado com o presencial. De acordo com as informações do censo, 53,4% dos cerca de 3,7 milhões de pessoas que ingressaram em instituições públicas e privadas, no período apurado, escolheram a graduação on-line. Os outros 46,6% optaram pelo curso presencial.
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Maior interesse
A preferência pelos cursos a distância vem sendo percebido nos últimos 10 anos. O número de estudantes que optam pelos cursos presenciais encolheu 13,9% no período, enquanto a entrada nos cursos virtuais aumentou 428,2%. Entre as regiões do Brasil, o Sudeste foi a que teve o maior crescimento de matrículas no ensino a distância em 2020, com 34,16%. Depois vêm Nordeste (27,56%), Centro-Oeste (27,40%), Sul (24,86%) e Norte (19,14%).
Em relação à diminuição de matriculados em cursos presenciais, o Centro-Oeste foi a que registrou o maior recuo — 15,48%. Mas as demais regiões também apresentaram queda de matriculados na graduação presencial.
"A EAD veio para ficar e é parte da solução. O que temos de fazer é garantir que cresça com qualidade. Acredito que vamos construir um modelo de EAD que seja bom para o país, por causa da flexibilidade, da acessibilidade que proporciona. E que garanta os padrões de qualidade exigidos", observou Niskier.
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