Como a senhora avalia o cenário nacional atual em relação à pandemia? As recentes flexibilizações, como a dispensa do uso de máscaras em locais fechados, são apoiadas pela Secretaria de Enfrentamento à Covid-19?
O atual cenário epidemiológico tem mostrado uma queda sustentada dos casos, com diminuição de 50% da incidência em relação à semana anterior, e de 40% dos óbitos — o que vislumbra uma melhora na fase da pandemia e suporta algumas flexibilizações realizadas por estados e municípios. Ainda precisamos ter prudência e aguardar as próximas semanas. Cada região ou estado deve monitorar com responsabilidade todo o contexto, pois estamos ainda na fase de mitigação da pandemia. Espero, e os dados parecem estar sinalizando para isso, caminharmos para a fase de controle da doença. Ressalto que essa fase não significa que tenhamos que abandonar todas as medidas drasticamente. Há que se manter em alerta e utilizar todo o nosso aprendizado deste enfrentamento. Existe o risco de variantes e não devemos baixar a guarda, mas há esperanças que, em um futuro breve, possamos avançar nas flexibilizações.
Mesmo com um cenário melhor, ainda vemos mortes causadas pela covid-19. Agora, com as vacinas já aprovadas, se olha com ainda mais atenção para os medicamentos. Apesar da Anvisa ter aprovado alguns deles, nenhum fármaco contra o novo coronavírus foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A secretaria tem um plano para incorporá-los?
O coronavírus, assim como em outras viroses já conhecidas, tem se mostrado desafiador no que tange aos medicamentos específicos (antirretrovirais, anticorpos monoclonais etc.). Antes da emergência da variante ômicron, tínhamos, enquanto sociedade científica, progredido em algumas terapias. Porém, tal variante mostrou a ineficácia ou baixa eficácia dos anticorpos monoclonais e alguns antirretrovirais, mostrando-se, ainda, com baixa relação custo-benefício. No atual momento, estamos em análises técnicas e tratativas a fim de adquirir alguma medicação que se mostre custo-efetiva à população como um todo ou para grupos específicos.
Qual deve ser a prioridade do país, agora, no combate à pandemia? Concluir a vacinação de crianças? Procurar pessoas que não retornaram para a segunda e a terceira dose?
Estamos com a taxa de vacinação do esquema primário completo em 76%, e de dose de reforço de 39% da população acima de cinco anos. Em relação apenas às crianças de cinco a 11 anos, estamos com 40% de nossas crianças com a primeira dose. Nos idosos acima de 65 anos, a cobertura da dose de reforço varia de 68% a 78%. Infelizmente, temos algumas faixas etárias em que precisamos evoluir, principalmente nas doses de reforço, e também na cobertura de primeira dose das crianças.
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