Uma novela que se arrasta desde 2009, envolvendo processos por improbidade administrativa, corrupção e enriquecimento ilícito, teve mais um capítulo protagonizado pelo ex-prefeito de Pirapora Warmillon Fonseca Braga, 57 anos, filiado ao DEM, hoje com nova nomenclatura, batizado de União Brasil, fruto da fusão com o PSL.
Warmillon foi preso no fim da tarde dessa quinta-feira (10/3), também em Pirapora, cidade do Norte de Minas, após mandado da Justiça do Estado em cumprimento de ação penal, transitada em julgado (quando não cabe mais recurso), conforme informou em entrevista ao Estado de Minas Leonardo Bandeira, advogado do ex-prefeito.
Bandeira disse que não sabe ainda o motivo da prisão e que estava esperando a abertura do Fórum de Belo Horizonte para ter acesso ao processo e ao despacho do juiz. O advogado também informou que defende Warmillon na área penal, em "aproximadamente 30 a 40 processos".
Prefeito itinerante
Warmillon, também conhecido como prefeito itinerante, pois acumulou 16 anos de mandatos em Lagoa dos Patos (1997/2004) e, depois, transferindo seu domicílio eleitoral, se elegeu prefeito de Pirapora por duas vezes.
A partir de 2012, em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), esse tipo de manobra eleitoral, foi barrada em definitivo.
Em 2016, Warmillon tentou mais uma vez se eleger, em Pirapora, mas não obteve êxito. No mesmo ano, ele foi preso, tendo sido preso em 2013, que não seria a primeira, pois havia sido preso anteriormente, visto que ele acumula processos, além da área penal, também no âmbito Cível, administrativo e eleitoral.
Todos os processos somados, conforme informação da Justiça, com cálculo também aproximado, gira em torno de 170 ações acusatórias já ajuizadas contra o ex-prefeito das cidades de Lagoa dos Patos e Pirapora.
Perseguição política
Warmillon alega em sua defesa que todas as ações são motivadas por 'perseguição política'. No fim da tarde de ontem, antes de ser preso, ele voltou a alegar inocência em vídeo que circula nas redes sociais. Confira a declaração do prefeito abaixo.
Novela
Os problemas de Warmillon com a Justiça começaram em 2009. Naquele ano, Warmillon Fonseca Braga teve os bens bloqueados parcialmente pela Justiça Federal, por denúncias de irregularidades envolvendo licitação para a construção de módulos sanitários (banheiros) em 1999, quando era prefeito de Lagoa dos Patos. Na época, foi decretada a indisponibilidade dos bens em até R$ 348,53 mil.
Fortuna
Em apenas 16 anos, período durante o qual foi prefeito de Pirapora e Lagoa dos Patos, Warmillon acumulou patrimônio que ultrapassaria a casa dos R$ 70 milhões. Ele é dono de avião, fazendas, casas, prédios comerciais, postos de gasolina, emissoras de rádios e carros de luxo, conforme levantamento feito, em 2015, pelo jornal Estado de Minas.
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