A população afetada por enchentes e deslizamentos de terra no Brasil pode dobrar ou até triplicar nas próximas décadas, mesmo se a meta do Acordo de Paris – de limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século – for alcançada.
A conclusão é fruto de um dos estudos citados no novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), lançado pela ONU na última segunda-feira (28/2). O relatório é composto por mais de 2.500 páginas e 34 mil artigos científicos sobre mudança climática e seus impactos.
De acordo com o relatório, no Brasil, a previsão é de que nos próximos anos as chuvas caiam mais concentradas e em períodos menos regulares. Haverá aumento de temporais e inundações no Sudeste, onde estão as maiores cidades do país, como São Paulo e Belo Horizonte.
Já se as emissões dos gases estufa continuarem em alta, estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficarão sujeitos a condições de ‘calor perigoso’ por até 30 dias por ano, o que elevará as mortes por excesso de calor em 3% até 2050 e 8% até 2090.
As inundações aumentam a ocorrência de doenças diarreicas, leptospirose e dermatites. O aumento no clima também causa sérios problemas, facilitando o aparecimento de zoonoses transmitidas por vírus. Já há risco de epidemias severas causadas por vetores sensíveis ao clima em todo o país.
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