Ainda que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já projete rebaixar a pandemia para o grau de endemia até o fim do primeiro trimestre e estude a flexibilização de medidas restritivas, outras esferas federativas pedem calma para que esta avaliação seja feita. Nesta quinta-feira (24/2), durante reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário da Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, pediu moderação com as projeções.
“Nós precisamos ter cautela e precaução em qualquer posição oficial do sistema de saúde que reconheça expressões como o ‘fim da pandemia’. Dependendo da mensagem passada ao público, se a gente não tem o zelo pela expressão adequada, a gente pode acabar dificultando a coesão social necessária para garantir aquilo que vai determinar o fim da pandemia”, disse o gestor.
O secretário ainda ressalta que “a pandemia não vai se acabar por decreto". "Vai acabar de acordo com as evidências de comportamento dela mesmo”, completou Fernandes.
Na última terça (22/2), o ministro da Saúde sugeriu que a flexibilização de medidas restritivas diante da queda do caráter pandêmico da covid "depende de um aspecto formal, de uma portaria ou decreto do presidente da República, Jair Bolsonaro".
Para Queiroga, o relaxamento de medidas restritivas “é uma tendência no mundo" e disse que o Brasil já estuda esse tipo de iniciativa.
Vacinação
“Sem dúvida nenhuma nós estamos mais perto do fim do que do começo já que as vacinas estão trazendo aquilo que sempre se esperou delas”, indicou o vice-presidente do Conass. No entanto, ele ressalta que alguns países e continentes ainda tem o percentual baixo de cobertura vacinal, mas espera que o Brasil possa trabalhar na perspectiva de somar esforços para que mais países tenham acesso às vacinas contra a covid-19.
Ainda nesta semana, Queiroga afirmou que acredita que com a produção de vacinas contra covid-19 em território nacional, o Brasil terá um papel ainda mais importante no combate à pandemia já que poderá exportar vacina 100% nacional e ampliar acesso global a imunizantes.