PESQUISA

Brasil é o terceiro pior país para morrer, aponta estudo

Na pesquisa, foram avaliados acesso universal à saúde, disponibilidade de anestésicos para alívio da dor e estrutura dos ambientes de tratamento

Uma nova pesquisa internacional liderada por cientistas dos Estados Unidos apontou que o Brasil é, dentre 81 países, o 3° pior para morrer – ficando na frente apenas do Paraguai e do Líbano. Em contrapartida, o Reino Unido foi considerado o melhor país para se ter os momentos finais da vida, seguido pela Irlanda, Taiwan e Austrália.

Centenas de profissionais de saúde participaram do estudo. Para formar a pontuação, os pesquisadores levaram em consideração os seguintes pontos: se os locais onde os profissionais tratavam os pacientes eram limpos, seguros e confortáveis; se os profissionais de saúde controlavam a dor e o desconforto do paciente; se os prestadores de cuidados de saúde forneciam tratamentos que prolonguem a qualidade de vida; e se os gastos com o tratamento não eram uma barreira para um paciente receber cuidados adequados.

Crédito: Eric Finkelstein / Journal of Pain and Symptom Management - Crédito: Eric Finkelstein / Journal of Pain and Symptom Management

Com uma pontuação final de 38,7, o Brasil recebeu nota ‘F’, a pior possível. Nosso país está acompanhado de países como Argentina, África do Sul, Etiópia, Iraque, Armênia e outros.

Alguns países surpreenderam negativamente na pesquisa. Os Estados Unidos, por exemplo, se saíram mal, ocupando a 43ª posição. Comentando a pontuação ruim da potência mundial, Finkelstein explica que, além de não ter acesso gratuito à saúde, os estadunidenses geralmente gastam muito dinheiro em tratamentos e cirurgias excessivas e fúteis ao longo da vida e não se concentram em garantir uma qualidade no final.

O líder do estudo, professor e pesquisador americano Eric Finkelstein, achou os resultados desanimadores. “Muitos indivíduos no mundo desenvolvido e em desenvolvimento morrem muito mal – não em seu lugar de escolha, sem dignidade ou compaixão, com uma compreensão limitada sobre sua doença, depois de gastar muito e muitas vezes com arrependimento por seu curso de tratamento.”

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

Saiba Mais