SÃO PAULO

Gol explica arremete de avião para evitar acidente com jato: 'Manobra normal'

O jatinho particular invadiu a área de pouso reservado para voo que saiu de Brasília, mas colisão foi evitada com aviso da controladora que solicitou a manobra

Um Boeing 737 Max da companhia aérea Gol precisou arremeter para evitar uma colisão no aeroporto de Guarulhos, São Paulo. O voo 1403 tinha saído de Brasília na terça-feira (15/2) e se preparava para pousar quando o piloto recebeu a orientação para a manobra da controladora de voo. As cenas viralizaram nesta segunda-feira (21/2) após a postagem do trecho no canal SBGR.

“Aeronave cruzou a pista ali sem autorização da torre”, diz a voz da Torre de Comando logo depois da arremetida. Um jato executivo de táxi aéreo, que estava quase pista, parou a poucos metros do cruzamento ao ouvir as mensagens de alerta. A aeronave do modelo Bombardier Learjet deveria estar no chamado “ponto de espera”, mas saiu da demarcação mesmo sem autorização.

Tudo acabou bem e o avião da Gol pousou poucos minutos depois de arremeter. Apesar de esta ser uma manobra comum na aviação, esse tipo de incidente é considerado grave e pode gerar uma investigação no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

O Correio entrou em conato com o grupo que administra o aeroporto de Guarulhos e foi informado de que este assunto não está sob responsabilidade da concessionária. Em nota enviada à redação, a companhia aérea destacou que a “arremetida é uma manobra normal e segura e que permite que os pilotos iniciem nova aproximação em condições mais favoráveis”.

Leia na íntegra:

A GOL esclarece que uma arremetida nada mais é do que descontinuar um procedimento de aproximação. Ela ocorre quando, após análise, o Comandante verifica que o pouso não pode seguir cumprindo todos os requisitos de Segurança ou por determinação da torre de controle do aeroporto, como neste caso. A arremetida é uma manobra normal e segura e que permite que os pilotos iniciem nova aproximação em condições mais favoráveis. Após o procedimento, a aeronave prosseguiu para o pouso, tocando o solo em Segurança.

Investigação

Também em nota enviada à imprensa, a estatal Serviços de Navegação Aérea (NAV Brasil), vinculada ao Comando da Aeronáutica, explicou que vai verificar os detalhes do ocorrido. “O incidente de Tráfego Aéreo em apreço será apurado através de um processo específico, que tem como objetivos identificar os fatores que contribuíram para a sua ocorrência e implementar medidas visando à sua prevenção”, ressalta o documento.

O texto também destaca a assertividade da interferência da controladora de voo diante da situação. “Na ocorrência em questão, como pode ser confirmado nas imagens veiculadas pelas mídias sociais, um jato executivo ultrapassa a “barra de parada” — uma faixa existente no piso da pista de taxi que dá acesso àquela destinada à execução de pousos e decolagens para delimitar a área de segurança —, não tendo, efetivamente, adentrado a pista, mas, como esclarecido anteriormente, ferindo a “área protegida”, o que motivou a assertiva e oportuna atitude da controladora, no sentido de orientar a aeronave na “final” (último trecho da aproximação para pouso) a iniciar o procedimento de arremetida, numa clara demonstração do correto monitoramento e controle das movimentações no aeroporto”, detalha.

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