Racismo

Criança negra é agredida por segurança do Burger King com cintadas

Criança ganhou um refrigerante de uma cliente, mas foi impedida de tomar e retirada do estabelecimento com cintadas

Um menino de 12 anos foi agredido por um segurança do Burger King, na Zona Sul de São Paulo. Após ganhar um copo de refrigerante de uma cliente da loja, a criança teve o copo tomado das mãos pelo segurança e foi expulso do local a cintadas. O caso ocorreu na terça-feira (15/2) e foi registrado na 26ª Delegacia de Polícia, em Sacomã, depois que a mãe foi informada.

“Eu entrei. Aí ela foi e me deu um copo. Aí eu falei tá bom. Aí na hora que eu fui encher, ele pegou o copo de mim e deixou lá no lixo. Daí, quando fui correr, ele me deu uma cintada”, contou a vítima em entrevista ao telejornal Bom Dia SP. Algumas pessoas que estavam no local se revoltaram com a situação e interviram em favor do menino.

Em vídeo que circulou pelas redes sociais, é possível ver quando um homem se revolta e começa a bater no segurança. Quando os demais funcionários da loja saem em defesa do menino, outra pessoa, que estava filmando a cena, começa a discutir. “Ele bateu na criança, ele bateu na criança de cinta. Nem mendigo se trata desse jeito, parceiro”, diz.

Rayane Carmen da Silva, mãe do menino agredido, disse que o segurança agiu motivado por preconceito. “Pra mim isso foi uma agressão a partir da cor, porque o segurança é branco e meu filho é preto, mas não justifica por a mão numa criança”, declarou. Ela também contou que foi até a loja falar com os funcionários, mas ninguém a levou a sério.

“Eu fui lá no Burger King para tomar satisfação com o que fizeram com o meu filho. Chegaram a dizer que achavam que ele não tinha pai nem mãe, como se isso fosse justificativa para bater nele da forma como bateram”, lembrou. Na quarta-feira (17/2), ela foi à delegacia acompanhada da avó do garoto para registrar a ocorrência. O caso está sendo investigado como lesão corporal.

Investigação administrativa

Nesta sexta-feira (18/2), a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo também se pronunciou. O órgão abriu um processo interno para responsabilizar administrativamente os responsáveis pela agressão. A ação será investigada como discriminação racial e pode resulta em multa de até R$ 95,9 mil ou cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento.

Em nota enviada ao Correio, o Burger King informa que o segurança era contratado de uma empresa terceirizada e que dispensou os serviços dela assim que a agressão foi denunciada. Leia a manifestação da empresa na íntegra:

"O Burger King reforça que repudia qualquer ato de violência. A empresa informa que encerrou o contrato com a empresa de serviço terceirizado responsável pela segurança, e entrou em contato com a mãe do adolescente para se colocar à disposição. O Burger King segue apoiando as autoridades na apuração do caso." 

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