Organização Criminosa

Crianças são aliciadas para parar trens em Belo Horizonte e furtar ferro gusa

Com a composição parada, grupo criminoso saqueava ferro gusa, cuja tonelada pode chegar a R$ 3 mil; líder da quadrilha foi preso hoje (16/2)

Crianças e adolescentes eram cooptados por uma organização criminosa com o objetivo que composições fossem paradas quando passavam por trilhos na altura de Contagem, na Região Metropolitana de BH. Dessa forma, os criminosos conseguiam saquear ferro gusa levado pelos trens. Um homem de 42 anos, apontado como o líder desse grupo, foi preso nesta quarta-feira (16/2).

A prisão ocorreu no Bairro Petrolândia, em Contagem. De acordo com as investigações, o grupo criminoso cooptava pessoas que moravam perto a linha férrea - principalmente crianças, adolescentes, além de moradores em situação de rua - instruindo que eles paralisassem a composição férrea, por meio de cortes de mangueira dos freios.

Segundo a Polícia Civil, o homem detido hoje é líder desse grupo, que, após o furto, direcionava o produto a receptadores em todo o estado mineiro. A tonelada do ferro gusa pode chegar a R$ 3 mil.

“O envolvido opera diversas empresas de fachada com a finalidade de obter ganho patrimonial, por meio dos proveitos dos crimes cometidos, sobretudo o de receptação de carga furtada”, conta o delegado Vinicius Costa Miguel.

As investigações foram coordenadas pela 1ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro.

Operação Biggs

A prisão faz parte da operação Biggs, que teve início em dezembro de 2021, com o objetivo de desarticular a organização criminosa responsável por furtar, receptar e revender toneladas de ferro gusa retirados de composições férreas em Belo Horizonte.

Ao longo das investigações foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, além de prisões em flagrante. Cerca de mil toneladas de ferro gusa já foram recuperadas.

Na época, o delegado regional do Barreiro, Rômulo Dias, explicou que os criminosos recolhiam o material e repassavam a um preço muito menor para o receptador intermediário, em Contagem.

“Posteriormente, esses remetiam o material à cidade de Cláudio, no Centro-Oeste de Minas, ao receptor final, para ser beneficiado. Por duas vezes, a Polícia Civil naquela localidade encontrou esse ferro sendo transformado e utilizado em aparelhos de ginástica para comercialização”, afirmou o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações continuam para a recuperação do material furtado e em busca de mais envolvidos.

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