O Corpo de Bombeiros e moradores continuam as buscas pelas vítimas da tragédia em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. A atualização mais recente aponta ao menos 94 mortos, sendo pelo menos oito crianças. 377 pessoas estão desabrigados e um cenário trágico de destruição tomou conta do município.
De acordo com a prefeitura de Petrópolis, 229 ocorrências foram registradas após as fortes chuvas que atingiram a cidade na terça-feira (15/2), dessas, 189 são de deslizamentos. O Morro da Oficina, no alto da Serra, é o mais atingido. A defesa Civil estima que 80 casas tenham sido atingidas no local. Outras regiões como 24 de maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga também foram afetados.
Mais de 180 militares trabalham no atendimento à população. Os moradores também estão participando das buscas por familiares e amigos. Uma das cenas mais marcantes da tragédia foi a de Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, usando uma enxada para cavar a lama e tentar encontrar parentes soterrados. Os momentos de aflição se transformaram em uma dor irreparável quando o corpo da filha, de 17 anos, foi reconhecido.
"Te amarei eternamente. Você levou metade de mim. Luto eterno, minha princesa", postou Gizelia nas redes sociais.
A adolescente Maria Eduarda Carminate de Carvalho, a Duda, foi encontrada morta no sofá, abraçada à madrinha Tânia Leite Carvalho, 55 anos, e à neta de Tânia, a Helena, de apenas 1 ano e 11 meses.
Pesadelo
Em entrevista ao G1, a mãe da bebê Helena contou que demorou nove anos para engravidar. Giselli Carvalho sonhou em ser mãe durante anos e se programou para a chegada de Helena. “Às vezes acho que é um pesadelo, que vou acordar e ela vai estar aqui. Demorei nove anos para engravidar, quis fazer as coisas certinhas para ter condições, e só aproveitei a minha filha um ano", disse a mãe ao G1.
Helena partiu faltando cerca de um mês para completar 2 anos. Para comemorar o segundo ano de vida da pequena, Giselli tinha preparado uma festinha com o tema da Baby Moana. "Já estava tudo pronto pra festinha dela. Agora não sei mais o que fazer", contou.
A bebê tinha acabado de começar a vida escolar. Na terça-feira, quando a tragédia soterrou Petrópolis, foi o segundo dia na escolinha. Além da filha, Giselli também perdeu a mãe, que morreu abraçada à Helena e Duda.
Doações
Muitos moradores da cidade serrana ainda estão desaparecidos e outras centenas estão desabrigados. Por isso, instituições se organizaram para arrecadar doações e auxiliar as vítimas.
No momento, a maior necessidade é de garrafas de água mineral, já que o abastecimento foi comprometido em grande parte da cidade. Colchões, cobertores, material de limpeza e higiene pessoal, máscaras, álcool em gel, roupas e alimentos não perecíveis também são bem-vindos.
Pontos físicos para recebimento de donativos estão em funcionamento em Petrópolis, Zona Sul, Norte, Oeste e Central do Rio de Janeiro. Na Baixada Fluminense, Niterói e Teresópolis também é possível encontrar locais para entregar doações.
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No perfil do Instagram da prefeitura de Petrópolis, os interessados encontram os locais exatos para doação. Além disso, um pix para recebimento de valores foi criado.