Em uma série de postagens publicadas no Twitter, nesta sexta-feira (11/2), o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, criticou a repercussão da morte do congolês Moïse Kabagambe, espancado ao cobrar o pagamento na barraca de praia em que trabalhava, no Rio de Janeiro, na última semana. Camargo afirmou que o congolês "andava com pessoas que não prestam" e o chamou de "vagabundo".
"Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava", disse.
Na noite do dia 24 de janeiro, Moïse Kabagambe, congolês de 24 anos, recebeu pauladas com tacos de beisebol e foi amarrado e sufocado até a morte. Os três homens envolvidos no assassinato irão responder por homicídio doloso duplamente qualificado. O caso gerou comoção de entidades e personalidades.
Para Sérgio Camargo, a repercussão do assassinato, contudo, é uma “briga de quadrilhas” que a “esquerda” está transformando em “crime racial”. Ainda pela rede social, o presidente da Fundação Palmares comparou a morte do jovem congolês com o falecimento da policial militar Tatiana Regina Reis, de São Paulo.
"Há algo muito errado quando o assassinato de uma mulher negra que dedicou sua vida à defesa da sociedade é ignorada. Mas a morte de um negro envolvido com selvagens, que nada fez pelo país, gera protestos, matérias e narrativa de racismo", continuou.
O líder da Palmares também afirmou que “a esquerda exige que negros defendam bandidos quando são pretos também, pois no fundo nos vê a todos como bandidos”. De acordo com ele, a pele negra não é o obstáculo à prosperidade de nenhum negro. “Os reais problemas são outros e a mentalidade de vitimização piora tudo”, disse, ignorando a realidade de desigualdade racial e social brasileira.
Polêmicas
Camargo preside a Fundação Palmares — órgão do governo que tem como missão a promoção e preservação da cultura negra e afro-brasileira — desde 2020. Ele já foi protagonista de polêmicas por se autodeclarar o “terror dos afromimizentos” e proferir ofensas contra artistas negros.
O presidente da Fundação ainda garantiu que não deve abandonar a vida pública. “Aos afromimizentos que apostam que este é meu último ano na vida pública, terão uma grande surpresa. Só estou começando”, finalizou.
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