Neste domingo (6/2), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou uma nota de repúdio sobre as decisões da Justiça do Amazonas que foram contra reportagens do jornal O Globo acerca de indícios de fraude e violações éticas na rede Samel e em outros hospitais do estado.
A série de reportagens foi publicada no blog da colunista Malu Gaspar, falando sobre uso da droga proxalutamida em pacientes com covid-19.
Em nota, a ANJ manifesta profunda indignação com o pedido da Samel, negado pela Justiça, de prisão do diretor de Redação do jornal, Alan Gripp, e da repórter Malu Gaspar. "A prisão de jornalistas que cumprem integralmente sua missão de levar aos cidadãos informações de seu interesse é inadmissível na democracia", disse a entidade.
Confira nota na íntegra:
Associação Nacional de Jornais (ANJ) considera tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico a ofensiva judicial da rede de hospitais Samel contra O Globo e condena como atos inconstitucionais de censura judicial as decisões tomadas pela Justiça do Amazonas em relação às reportagens realizadas pelo jornal sobre indícios de fraude e violações éticas em unidades da Samel.
A ANJ manifesta profunda indignação com o pedido da Samel, negado pela Justiça, de prisão do diretor de Redação do jornal, Alan Gripp, e da repórter Malu Gaspar. A prisão de jornalistas que cumprem integralmente sua missão de levar aos cidadãos informações de seu interesse é inadmissível na democracia.
A ANJ recorda que, em novembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes já havia cassado decisões da Justiça do Amazonas neste caso, considerando-as atentatórias à liberdade de imprensa.
A ANJ espera que o Poder Judiciário brasileiro, nas instâncias onde cabem recursos, encerre em definitivo essa lamentável ofensiva contra a liberdade de imprensa e ao papel do jornalismo de divulgar informações de interesse público.