A representação brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) foi marcada por um discurso para ressaltar a importância da proteção aos civis afetados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A reunião do CSNU – do qual o Brasil é membro temporário – foi convocada especificamente para discutir o conflito.
“É de primordial importância assegurar a proteção dos civis e de infraestrutura civil crítica, assim como garantir acesso humanitário para todos os que necessitem, sem impedimentos, e a proteção de refugiados e de pessoas deslocadas”, declarou a delegação brasileira. “Nós também reiteramos nosso apelo à Ucrânia e Rússia para facilitarem a retirada de todas as pessoas que quiserem deixar o território ucraniano”.
O posicionamento do país também expressou solidariedade às famílias que perderam alguém na guerra, às que estão sem casa, água ou energia elétrica, aos que precisam fugir e aos que estão presos nas áreas de conflito. “O Brasil pede que todas as partes respeitem o Direito Internacional Humanitário e mantenham, o tempo todo, os princípios de proporcionalidade de distinção, precaução, necessidade e humanidade.”
“Para Direito Humanitário Internacional, não importa como a guerra surgiu ou quem foi responsável por isso. O que importa é poupar civis e manter o mínimo de humanidade”, destacou o Brasil. “Nós podemos e devemos adotar medidas para minimizar o impacto humanitário do conflito. É o mínimo que podemos fazer”, completou.
Ainda sobre o apoio à população afetada nas áreas de conflito, o discurso brasileiro defendeu que "não há dúvida de que a melhor maneira de proteger civis e evitar uma crise humanitária é prevenir conflito e, quando ele explodir, cessá-lo imediatamente. Toda guerra gera devastação, morte, caos e confusão.”
Críticas
O posicionamento do Brasil conteve críticas às ações propostas e já executadas por algumas outras nações, incluindo às sanções aplicadas ao país de Vladimir Putin. “As severas sanções econômicas sendo impostas podem ter efeitos de ondulação na economia mundial, com consequências sentidas muito além da Rússia”.
“Nos últimos dias, membros permanentes do Conselho de Segurança, aqueles que carregam a maior responsabilidade de manter a paz e segurança internacional, estiveram abertamente se referindo a severas sanções unilaterais, ações militares e forças nucleares. Isso tem que parar”, concluiu.
*estagiária sob supervisão Pedro Grigori
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