“Estamos enfrentando uma tragédia para a Ucrânia, mas também uma enorme crise regional com consequências para todos nós.” Esse foi o alerta dado pelo secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na Assembleia Geral extraordinária realizada nesta segunda-feira (28/2).
No discurso que fez durante a reunião, Guterres condenou as declarações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre colocar “em alerta especial” as forças nucleares do país. “Ontem, as forças nucleares russas declararam que estão em estado de alto alerta, isso é muito preocupante. A simples ideia de um conflito nuclear é algo inconcebível. Nada pode justificar o uso das armas nucleares”, disse.
A fala foi parecida com o pronunciamento oficial que ele havia dado no domingo (27/2) sobre o mesmo assunto. Desta vez, porém, Guterres foi enfático ao condenar também as ofensivas militares contra a Ucrânia. “A escalada desta violência que resultou em mortes de civis, incluindo as crianças, é totalmente inaceitável. Basta! Os soldados devem voltar a seus quartéis e deve haver conversação em prol da paz”, convocou.
Ele falou sobre as perdas civis do país do Leste Europeu e condenou os ataques a alvos não-militares, antes mesmo que a informação sobre bombas de fragmentação em área escolar fosse divulgada. “É preciso proteger os civis, o direito internacional humanitário e os direitos humanos devem defender a soberania, a integridade territorial e a independência da Ucrânia dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente”, defendeu.
Em outro ponto do discurso, ele detalhou os horrores que vêm sendo relatados sobre a invasão russa à Ucrânia. “A guerra na Ucrânia tem que terminar. Ela assola o país por ar, terra e mar. Os mísseis russos e seus bombardeios estão atacando cidades ucranianas de dia e de noite. A capital, Kiev, está sitiada. Frente à continuação dos ataques, os três milhões de residentes de Kiev se veem obrigados a buscar a segurança em seus lares, em refúgios improvisados, nas estações de metrô. Foram distribuídas armas à população com o objetivo de ajudar na defesa do país”, lembrou.
Tentativa de acordo
Enquanto ocorria a Assembleia Geral da ONU, representantes da Rússia e da Ucrânia tentavam chegar a um ponto em comum para construir um cessar fogo na fronteira entre Belarus e Polônia. Os dois lados impuseram condições e anunciaram que deve haver uma segunda rodada de negociações.
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