Guerra na Ucrânia

Jogador brasileiro que estava na Ucrânia desembarca no Rio de Janeiro

"É uma situação que só vemos em filme, e que, de repente, acontece com a gente", desabafa o atleta

Jéssica Andrade
postado em 27/02/2022 15:53 / atualizado em 27/02/2022 15:53
O Jogador Bill, que estava na Ucrância, chegou ao Brasil neste domingo -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
O Jogador Bill, que estava na Ucrância, chegou ao Brasil neste domingo - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O brasileiro Fabrício Rodrigues da Silva Ferreira, mais conhecido como Bill, chegou ao Brasil após sair da Ucrânia. O atleta desembarcou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (27/02). Ele estava no país europeu há um ano e dois meses, para jogar no Dnipro, time de futebol do país.

"É uma situação que só vemos em filme, e que, de repente, acontece com a gente”, desabafa Fabrício ao contar que ficou muito aliviado ao chegar na Romênia, país que compartilha uma fronteira de aproximadamente 650 quilômetros com o território ucraniano.

“Quando a gente chegou do outro lado, vimos pessoas da Romênia recebendo refugiados, então ficamos tranquilos”. Bill estava há cerca de um mês treinando na Turquia para a pré-temporada quando retornou à Ucrânia em 23 de fevereiro. E, na manhã do dia seguinte, as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país. 

Para se proteger, o jogador e seus familiares foram para uma região mais afastada da cidade. “Saímos do centro, pois pediram para ficarmos longe de bases militares, onde é o foco dos russos”, afirma.

O clube alojou os atletas em um hotel, e, no dia seguinte, em 26 de fevereiro, Bill decidiu ir para a fronteira da Ucrânia com a Romênia. “[Sair] é uma escolha nossa, ninguém vai nos ajudar”. O jogador concedeu entrevista ao portal Uol.

Uma história para contar

Quando o atacante aceitou o convite para jogar na Ucrânia, ele disse que iria para o leste europeu para ter uma grande história a contar aos filhos. Mas jamais poderia imaginar que essa grande história incluiria percorrer mais de 1.000 km em um país tomado pela guerra e pela destruição.

"É muito difícil ver o povo ucraniano sofrendo. Você ver as pessoas que moram no país, que são do país e que não podem fazer nada para sair e salvar suas famílias. Os homens, os chefes de família, deixando as suas filhas, esposas e mães e tendo que voltar sem saber para onde ir. Isso para mim foi o mais chocante. Essa foi a cena mais chocante da minha vida", refletiu.

Sonho destruído pela guerra

Nos últimos 15 anos, a Ucrânia tem sido o destino de muitos jogadores brasileiros. Os clubes do país são conhecidos por pagar bons salários e em dia. Podem, também, ser porta de entrada para importantes clubes na Europa. 

Cerca de 30 jogadores brasileiros atuam na primeira divisão do futebol ucraniano. Considerando as duas primeiras divisões, o número de atletas brasileiros que atuam no país sobe para 40. Bill foi um dos primeiros a voltar para o Brasil. 

Assim como Fabrício, desde que Vladimir Putin iniciou os ataques na Ucrânia, diversos jogadores se manifestaram pedindo auxílio para deixar o país. Um grupo de brasileiros com famílias e crianças de colo chegaram a pedir ajuda inclusive para o presidente Jair Bolsonaro

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