Na busca por implementar diferentes alternativas no combate à covid-19 ao portfólio do sistema de saúde brasileiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, ontem, por unanimidade, o uso emergencial, em caráter experimental, do medicamento Evusheld (cilgavimabe tixagevimabe), da empresa AstraZeneca, no Brasil.
O sétimo medicamento autorizado no Brasil para auxiliar no combate à covid-19 é o primeiro aprovado indicado para prevenir a doença. Formado por dois anticorpos monoclonais, o medicamento deve ser usado por imunossuprimidos ou pessoas que não possam tomar a vacina contra o novo coronavírus.
"Essa combinação de anticorpos monoclonais representa mais uma opção de prevenção da doença sendo indicado para um público-alvo específico. Essa solução terapêutica não é um substituto da vacina, ela veio preencher e complementar uma lacuna fundamental nesse cenário pandêmico", apontou o diretor Alex Machado Campos.
Já a diretora relatora Meiruze Freitas destacou, em seu voto, que, "apesar do avanço da campanha de vacinação em curso no Brasil, ainda existe uma necessidade médica para determinadas condições clínicas, especialmente, em indivíduos que, por várias razões, estão em alto risco de desenvolver as formas graves da covid-19".
Casos específicos
O remédio deve ser aplicado em pessoas que não podem se vacinar contra a covid-19 devido devido a histórico de reação adversa grave ou alergia a algum componente do imunizante. Além disso, pode ser usado por quem tem comprometimento imunológico moderado a grave e, por isso, não apresenta uma resposta imunológica adequada ao imunizante da covid-19. A agência reforça que a aplicação do Evusheld não deve substituir a vacinação em indivíduos para os quais a imunização é recomendada.
O medicamento, que poderá ser usado por adultos ou crianças a partir de 12 anos, que pesem pelo menos 40 kg, deve ser aplicado em forma de duas injeções intramusculares. Além disso, o remédio possui algumas restrições de uso. De acordo com a Anvisa, em indivíduos que receberam alguma vacina contra a covid-19, o Evusheld deve ser administrado pelo menos duas semanas após a vacinação.
Ainda que existam incertezas identificadas pela Anvisa sobre o medicamento, como a falta de dados da eficácia do produto em humanos com as novas variantes do vírus, os técnicos consideram que "as incertezas identificadas podem ser resolvidas após a autorização por meio da continuação dos estudos clínicos em andamento". (MEC)
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