A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (24/2), o uso emergencial, em caráter experimental, do medicamento Evusheld (cilgavimabe + tixagevimabe), da empresa AstraZeneca, no Brasil. O sétimo medicamento aprovado pela Anvisa para auxiliar no combate à covid-19 é o primeiro indicado para prevenir a doença. Formado por dois anticorpos monoclonais, ele deve ser usado por pessoas imunossuprimidas ou que não possam tomar a vacina contra o novo coronavírus.
De acordo com a análise dos diretores e técnicos da Anvisa, esse remédio deve ser aplicado em pessoas que não podem se vacinar contra a covid-19 devido a um histórico de reação adversa grave e também em quem tem comprometimento imunológico moderado a grave e, por isso, pode não apresentar uma resposta imunológica adequada à vacina da covid-19.
A diretora relatora Meiruze Freitas destacou, em seu voto, que “apesar do avanço da campanha de vacinação em curso no Brasil, ainda existe uma necessidade médica para determinadas condições clínicas, especialmente, em indivíduos que, por várias razões, estão em alto risco de desenvolver as formas graves da covid-19”.
A agência reforça que a aplicação do Evusheld não deve substituir a vacinação em indivíduos para os quais a vacinação é recomendada.
"Essa combinação de anticorpos monoclonais representa mais uma opção de prevenção da doença sendo indicado para um público-alvo específico. Essa solução terapêutica não é um substituto da vacina, ela veio preencher e complementar uma lacuna fundamental nesse cenário pandêmico", reforçou o diretor Alex Machado Campos.
Restrições
O medicamento, que poderá ser usado por adultos ou crianças a partir de 12 anos, que pesem pelo menos 40 kg, deve ser aplicado em forma de duas injeções intramusculares. Além disso, o remédio possui algumas restrições de uso. De acordo com a Anvisa, em indivíduos que receberam alguma vacina contra a covid-19, o Evusheld deve ser administrado pelo menos duas semanas após a vacinação.
Ainda que exista incertezas identificadas pela Anvisa sobre o medicamento, como a falta de dados da eficácia do produto em humanos frente às novas variantes de preocupação do vírus, os técnicos consideram que "as incertezas identificadas podem ser resolvidas após a autorização por meio da continuação dos estudos clínicos em andamento".
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