A brasileira Leticia Vilhena Ferreira, de 32 anos, foi identificada pelas autoridades norte-americanas como uma das mais de 2 mil pessoas envolvidas na invasão do Congresso dos Estados Unidos, em janeiro de 2021. Ela foi presa na quarta-feira (16), na casa dela em Illinois, nos Estados Unidos.
A invasão do Capitólio, realizada por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que não aceitaram a derrota do político contra o democrata Joe Biden. Eles invadiram o local durante uma sessão conjunta do Congresso que confirmaria a vitória de Biden, em 6 de janeiro de 2021. Com barras de ferro e sprays químicos, os invasores ameaçaram os congressistas de mortes e entraram em luta física com policiais, além de destruírem objetos do local.Dois manifestantes e três policiais morreram; 140 agentes ficaram feridos. Outros quatro agentes de segurança que trabalharam na ação se suicidaram nos meses seguintes ao ataque. Até o momento, mais de 725 pessoas foram presas e indiciadas pela invasão. Dessas, 225 foram apontadas como responsáveis por atos violentos durante o crime, inclusive, por agressões aos agentes do Capitólio.
Identificada pelas câmeras de segurança, Letícia aparece em meio à confusão com o celular na mão e parece filmar a invasão. Durante a investigação, o FBI teve acesso às conversas da brasileira e afirmou que ela se preocupou em ser procurada pelas autoridades americanas.
"Você acha que eles vão atrás de todas as pessoas que foram à área do Capitólio?", perguntou Letícia a uma pessoa. Em resposta, ela recebeu: "Não fique triste. Esteja preparada. Estamos todos ferrados. Sim, eles vão para todas as pessoas". Letícia finalizou a conversa com palavras de arrependimento. "Fui tão irresponsável de andar lá", disse.
Ao FBI, Letícia disse que foi à Washington no dia da invasão para assistir ao discurso de Trump, mas percebeu que uma multidão caminhava em direção ao Capitólio e decidiu segui-la. Ela teria ficado no prédio por cerca de 20 minutos. As autoridades americanas informaram, no entanto, que "Ferreira não parece ter participado de nenhuma agressão aos oficiais".
Mesmo sem agressão, ela é acusada por dois crimes: o de entrar ou permanecer conscientemente em qualquer edifício restrito sem motivos ou autoridade legal; e o de entrada violenta e conduta desordeira no Capitólio.
De acordo com as redes sociais, Letícia é engenheira ambiental , formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, em 2013. Um ano depois, ela foi aos Estados Unidos para se tornar pós-graduada em gestão de negócios e marketing na Universidade da Califórnia. Ela permaneceu no estado após a formação e conquistou uma vaga na empresa Crown Holdings, como engenheira em desenvolvimento de sistemas de gestão.
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